O cego de Jericó
Já comentei, algumas vezes, o Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43), mais precisamente, o episódio da cura do cego, nas proximidades de Jericó....
Já comentei, algumas vezes, o Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43), mais precisamente, o episódio da cura do cego, nas proximidades de Jericó. Mas, a Palavra de Deus é um verdadeiro caleidoscópio de maravilhas que nos permite contemplar, a cada olhar, uma nova paisagem. Hoje, gostaria de dizer, que aquele cego pode ser qualquer um de nós. O nome dele não aparece no texto bíblico. Isso reforça mais ainda a minha tese. Quem já não passou por momentos de escuridão e cegueira espiritual? Nem os grandes santos foram poupados desse tipo de provação.
Apesar da obsessão por segurança que caracteriza nossa sociedade, ninguém poderá saber o que nos reserva o amanhã ou qual seria o melhor caminho para garantir o futuro dos filhos. Por isso, também nós, vivemos momentos de cegueiras e inseguranças.
O Povo de Deus em sua travessia pelo deserto em busca da terra prometida não tinha bússola ou GPS. Só contava mesmo com a “esperança e o pó da estrada”. Mas, a fé, de vez em quando, parecia encoberta por neblina ou poeira que surgia em consequência dos pecados. Então, eram necessárias paciência e perseverança para que não desistisse da busca. Nossos pecados funcionam como cortinas e nos impedem de perceber a vontade de Deus a nosso respeito.
Os Magos, sem sempre puderam contar com o brilho da estrela, quando buscaram pelo recém-nascido de Belém. Por isso, foram perguntar a Herodes, e aos especialistas daquele tempo, as orientações para continuarem na busca. Isso nos ensina que, também, precisamos buscar ajuda espiritual, de vez em quando. Caso contrário podemos navegar à deriva pelos oceanos da vida.
Aquele cego na estrada de Jericó, estava mergulhado nas trevas, desprezado e abandonado à margem do caminho. A notícia da passagem de Jesus despertou nele grande desejo de encontrá-lo. Quem sabe aquele encontro não poderia mudar sua vida? – Certamente, pensou nessa possibilidade. Então, não esperou duas vezes e posicionou-se, à margem da estrada. Ao ouvir os primeiros passos do grupo gritou: - Jesus, Filho de Davi, tende piedade de mim! Aquele grito brotava das entranhas de quem já não suportava mais tanto sofrimento. Diante daquele grito Jesus parou sua caminhada e mandou chamar o cego. – O que queres de mim? – Perguntou-lhe. Senhor, que eu veja novamente! – Respondeu-lhe o cego. No mesmo instante ele recuperou sua visão e passou a seguir Jesus.
Na versão de Marcos (Mc 10,46-52), a mesma passagem ganha novos contornos. Nesse caso, percebemos dois comportamentos dos seguidores de Jesus para com o cego. Diante dos seus gritos, um primeiro grupo o repreendeu para que ele ficasse calado. Mas, o cego gritava ainda mais alto, pois quem está com o calo no pé é que sabe onde dói. O segundo grupo o encorajou-o para que se aproximasse de Jesus. Como precisamos de pessoas, assim, nos dias atuais! Esse grupo, movido por compaixão, colocou-se no lugar do cego e acabou contribuindo com a sua cura, assim como Ananias fez com o Apóstolo Paulo. Graças ao gesto de Ananias, Paulo recuperou a visão que havia perdido, na estrada de Damasco. Cristo, às vezes, cura diretamente ou cura até mesmo à distância. Outras vezes, costuma solicitar nossa colaboração para atuar junto aos sofredores. Foi assim que atuou junto aos pobres, através de S. Vicente de Paulo, Tereza de Calcutá, Santa Dulce e tantos outros... Quem sabe não espera contar com você para continuar atuando nos dias de hoje? Pense nisso!
Jesus filho de Davi tem piedade de nós....
ResponderExcluirAquele cego queria ver.
Segundo o texto a cegueira dele era física, a nossa cegueira é muitas vezes espiritual e Jesus nos mostra o caminho.
Ok
ExcluirJesus filho de Davi tem piedade de nós....
ResponderExcluirAquele cego queria ver.
Segundo o texto a cegueira dele era física, a nossa cegueira é muitas vezes espiritual e Jesus nos mostra o caminho.
Já pensei algumas vezes como deve ser ruim não ter Fé em Deus! É tão reconfortante saber que não estamos sós, que podemos clamar por ajuda e sentir que o socorro acontecerá mesmo que não seja no nosso tempo, e com a nossa receita da solução.
ResponderExcluirFalam ser privilégio ter fé e acredito ser mesmo. Estendo também a fé
aos intercessores para nos ajudar, ou seja os vários Santos, e em destaque nossa mãezinha do céu, Nossa Senhora.
O cego do evangelho demonstrou sua fé firme e imediatamente foi curado.
Que a gente continue rezando "Eu tenho fé Senhor, mas aumentai a minha fé ".