A dúvida de João Batista

  Causa em nós, certa estranheza, que João Batista, tivesse dúvidas sobre o messianismo de Jesus. Mas, no Evangelho de Mateus (Mt 11, 2-8), ...

 


Causa em nós, certa estranheza, que João Batista, tivesse dúvidas sobre o messianismo de Jesus. Mas, no Evangelho de Mateus (Mt 11, 2-8), isso parece claro, quando ele enviou os seus discípulos a Jesus para interrogá-lo, sobre o assunto. Alguns pensam que João queria, apenas, confirmar a fé dos seus discípulos. Pode ser. Mas, conhecendo o perfil de João a outra alternativa me parece mais convincente.

João Batista era um homem sem dobras ou fingimentos. Havia pregado um messias justiceiro, punidor e, até certo ponto, ameaçador: - “O machado já está posto na raiz da árvore. Aquela que não der frutos será cortada e jogada no fogo...” Nesse e em outros pontos, parece que João estava equivocado. Diante da figueira, sem frutos, Jesus pede para esperar mais um ano (Lc 13,9). Nada de machado na raiz!

Contrariando as expectativas de João, Jesus não veio para julgar e condenar mas, para salvar-nos, e ensinar-nos, os caminhos do amor. Fez andar os coxos, curou os surdos e deu vista aos cegos. Deu liberdade aos cativos e anunciou-nos, a vinda do ano da graça, da anistia das dívidas...

Jesus não desconcertou apenas João Batista, com sua pregação. Desconcerta, ainda hoje, todos os partidários do rigorismo e da intolerância sem misericórdia. Nossa pressa em fazer justiça, às vezes, com as próprias mãos, costuma arrancar o trigo, juntamente, com o joio. Alguns, que se dizem cristãos, são rigoristas e intolerantes com quem erra. Quando afirmamos, diante deles que Deus é misericórdia, logo emendam: Mas, é também justiça! Se pudessem ficariam apenas com a justiça e dispensariam a misericórdia divina. Não costumam lembrar a recomendação de Jesus de perdoar setenta vezes sete e, ainda gritam, como naquele tempo: Crucifica-o! Para essa turma é fácil pedir condenação pois, “pimenta no olho do outro é refresco”.   

Não temos dúvidas da grande santidade de João Batista que foi considerado o maior dos profetas pelo próprio Cristo. Ainda assim, diante de Jesus ele é pequeno. Aliás, ele mesmo afirmou que não era digno de carregar as sandálias de Jesus. A concepção que João tinha de Deus ainda estava atrelada ao Antigo Testamento. Nesse caso, se concebia um Deus vingativo e partidário que, para salvar um povo, não se importava de eliminar outro.

Jesus revelou-nos a outra face de Deus, um Deus compassivo e amoroso. Um pai! Um pai que acolhe o filho que errou como no caso da parábola do filho pródigo, e que vai atrás de uma única ovelha que se perdeu. Mas, tanto naquele tempo como hoje, alguns preferem tratar Deus, apenas, como um juiz e não como pai. Para esses, Jesus continua sendo uma grande decepção. Ainda bem!

Imagem de Thomas por Pixabay 

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  1. Jesus mostra-nos a misericórdia, o amor e compaixão de Deus, nosso Pai. Ele veio para a manifestar a salvação a todos os seus filhos. Reconduzí-los à salvação!

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