Deus, o diabo e os criadores de porcos

  Jesus chegou ao território dos gerasenos, um povo que vivia no paganismo, e o que encontrou foi lamentável (Mc 5, 1 – 20)!   Na região, on...

 


Jesus chegou ao território dos gerasenos, um povo que vivia no paganismo, e o que encontrou foi lamentável (Mc 5, 1 – 20)!  Na região, onde se criavam porcos havia um homem vivendo em profundo sofrimento. Era atormentado por mil diabos e já não conseguia mais conviver com ninguém. Andava pelos montes e vagava entre as sepulturas... Ele próprio era um morto social e, ao que parece, ninguém mais ligava para suas dores.  Infelizmente, a gente se acostuma com o mal dos outros! Pimenta no olho do outro é refresco!

Jesus, no entanto, não pensa como nós. Ao ver a situação deplorável daquele jovem, que mais parecia um farrapo humano,  o libertou de seu mal devolvendo-o a si mesmo em “completo juízo”. Foi além da cura e o transformou em apóstolo, enviando-o para evangelizar.

Num primeiro momento, essa “novela” parece ter tido um final feliz com a vitória de Deus sobre o diabo. Mas, o mal não é preguiçoso! Pedindo para entrar nos porcos e levando-os à morte acabou indispondo Jesus com a população local. Os donos dos animais acharam caro demais o preço do resgate. Afinal, eram dois mil porcos, segundo Marcos! Um único homem não poderia valer tanto. Além do mais, a situação do moço não era problema deles... Quanto aos porcos, isso já era outra conversa. Quem iria pagar-lhes o prejuízo? Tanto naquele tempo, quanto hoje, alguns nunca conseguem pensar além do bolso. Ninguém ficou feliz com a recuperação do moço, mas, chegaram às lágrimas pela perda dos porcos! Só havia uma solução para evitar danos futuros: Pedir “delicadamente” que Jesus saísse da região. O “delicadamente” foi por minha conta e risco.

A região, agora sem Deus, certamente, voltou a criar porcos e a cultuar o mal. Quem venceu afinal, Deus, o diabo ou os criadores de porcos? O “d” minúsculo do diabo também vai por minha conta! A pergunta ficará aberta, pelo menos, por enquanto.  Se levarmos em conta que, daquele local surgiu um apóstolo, cujo trabalho posterior foi testemunhar o Reino de Deus, certamente, a vitória foi de Cristo. Mas, essa tensão entre reino e anti-reino continuará até o fim dos tempos com a vitória definitiva do Reino de Deus. Por ora, o trigo e a cizânia crescerão juntos. Somente Deus poderá fazer a separação definitiva no final dos tempos. Pense nisso!

Imagem de 🌼Christel🌼 por Pixabay 

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