Como ovelhas no meio de lobos

  Mais uma vez, estou diante do Evangelho (Mt   10, 16-23) para tirar dele o suco que adoça minha vida. Isso mesmo! “A Palavra do Senhor é m...

 


Mais uma vez, estou diante do Evangelho (Mt  10, 16-23) para tirar dele o suco que adoça minha vida. Isso mesmo! “A Palavra do Senhor é mais doce do que o mel...” ( Sl 119, 103). “A Palavra de Deus é lâmpada para os meus pés e luz para os meus caminhos...” Entretanto, no Evangelho citado, Jesus alerta aos discípulos, de todos os tempos, sobre os riscos da caminhada. Previne-os, dizendo que nem sempre terão mel no trabalho missionário. Haverá lobos no caminho! Por isso, alerta-os, a serem prudentes como as serpentes e simples como as pombas.

Os lobos do caminho são as realidades que fazem oposição a Deus. De fato, elas sempre estiveram presentes em todas as épocas da história. Os primeiros cristãos enfrentaram muitas dificuldades e provações. Mas, nos tempos modernos essas perseguições continuaram. Martírio não é coisa do passado! Que o diga Dom Oscar Romero, brutalmente, assassinado em 1980, quando celebrava uma missa em El Salvador; que o diga Santa Tereza Benedita da Cruz (Edith Stein) morta nas câmaras de gás, vítima do nazismo; que o diga Irmã Dorothy Mae Stang, morta com seis tiros, no Estado do Pará, aos 73 anos, em 2005, por defender os mais pobres...

Diante do exposto a gente pode perguntar: Se os desafios são tão grandes porque alguém se prontificaria em seguir Jesus Cristo? Como alguém seria “seduzido” para desempenhar tal missão?  - A resposta a tais questionamentos só poderão ser dadas pela fé. Humanamente falando, não compensa deixar o barco, as redes (carreira promissora, fama, sucesso) para seguir a Cristo. Diante desses questionamentos eu me lembro da vocação de alguns santos: São Francisco de Assis deixou de ser um comerciante, como o pai, para ser único! Não existe no mundo inteiro um santo como ele! São Vicente de Paulo, não foi seduzido pelo cargo de ministro de estado, na França, para servir aos mais pobres!  São Geraldo Majella, “deixou a família para ser santo”... Então, podemos concluir que vocação é coisa de Deus e só podemos compreendê-la à luz da fé.  Vocação é um mistério. Não sabemos por que Jesus chama uns e não outros para segui-lo. Chamou o Apóstolo Paulo, que era inimigo dos cristãos; Pedro que o negou três vezes; chamou a mim e a você sem mérito algum de nossa parte! Ele chama e envia para a missão. Nessa missão, naturalmente, enfrentaremos problemas e desafios. Diante dos grandes desafios devemos aprender com São Paulo que dizia: Ninguém vai me separar do amor de Cristo! (Rm 8, 35).

O discípulo não deve expor a riscos desnecessários. Deve ser prudente e não ingênuo diante das armadilhas do mundo. Mas, também não deve fugir dos lobos quando eles surgirem e, para enfrentá-los, irá contar com a ajuda do alto. Deus não nega ajuda àquele a quem chamou para uma missão. Mesmo quando parece que estamos perdendo para o mundo é preciso compreender que Deus tem suas razões acima das nossas.

A lógica de Deus é diferente da lógica do mundo. O mundo vence ganhando, Deus vence perdendo. A cruz pareceu uma grande perda quando, na verdade, foi vitória. Uma vitória contra o ódio. As armas de Deus são diferentes das nossas. Só o amor pode quebrar os elos da violência e do ódio. Pendente no alto da cruz Jesus não foi dominado pelo ódio e encontrou forças para perdoar até mesmo quem os seus assassinos.  Agindo assim, deu-nos o exemplo. O que pode mudar o mundo não são as armas. É o amor! O amor muda o homem de dentro para fora e não de fora para dentro.  Pense nisso!  

 Imagem de Sasin Tipchai por Pixabay

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  1. Somos enviados como ovelhas no meio de lobos, ou seja, numa sociedade conflitiva. Por isso, a nossa força é a cruz de Cristo.

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