Estresse
A palavra da moda é estresse. Todos andam estressados com alguma coisa e nem se dão conta disso. Parece que, exatamente, por não conseguirmo...
A palavra da moda é estresse. Todos andam estressados com alguma coisa e nem se dão conta disso. Parece que, exatamente, por não conseguirmos atender às muitas cobranças é que andamos tão estressados. O estresse rouba nossa energia criativa e nos faz perder o encanto pela vida.
No livro "O Pequeno Príncipe", aparece um personagem muito curioso: é o acendedor de lampiões. Sua tarefa era muito simples: acender o lampião à noite e apagá-lo ao romper do dia. O problema se agravou quando o planeta se reduziu, com o tempo, e passou a girar mais rápido, em consequência disso. Nesse caso, ele passou a acender e apagar o lampião, tão rapidamente, que nem dava tempo de ir ao banheiro. A situação desse personagem se parece muito com a nossa. Temos a sensação que o tempo encolheu e, por isso, não conseguimos cumprir as tarefas nos prazos previstos. Às vezes, nos esquecemos que a verdade passa por outro viés. Temos tarefas demais e elas excedem nossa capacidade para resolvê-las.
Temos que apertar muitos parafusos e a roda não para. O Filme de Chaplim, "Tempos Modernos", mostra um personagem engolido pela engrenagem, por não conseguir apertar todos os parafusos no curto espaço de tempo, reservado para isso. Nossa situação parece pior do que a dele. Estamos, literalmente, "enroscados" na avalanche de nossas tarefas.
Não quero ser romântico e nem saudosista. Aliás, nunca fui de defender muito essas bandeiras. Ainda assim, gostaria de lembrar certas coisas ao leitor. Quando a galinha chocava uma dúzia de ovos e gastava vinte e um dias para realizar esse empreendimento, tudo parecia normal. Hoje, as chocadeiras elétricas chocam centenas de ovos de uma única vez. O homem continua insatisfeito e quer sempre mais. Nada basta para satisfazer nossa ganância! A galinha continua na dela. Nunca vi uma galinha estressada. Com a dona da galinha, a história é bem diferente...
Policarpo Quaresma, personagem do Filme " O Triste Fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, dizia: Ou a gente acaba com a formiga saúva ou ela acaba com o Brasil. Parafraseando o personagem eu digo: Ou a gente acaba com o estresse ou ele acaba conosco! No velório, ninguém tem estresse. Em regra geral, o morto está relaxado, não tosse e nem espirra, apesar do formol, "naturalmente," exalado pelas flores. Talvez, seja melhor não esperar pelo velório para se relaxar. Pense nisso!