O céu como uma festa
Uma das experiências mais agradáveis que vivenciamos é a experiência da festa. Ninguém vai para uma festa com cara de quem vai ao velório....
Uma das experiências mais agradáveis que vivenciamos é a experiência
da festa. Ninguém vai para uma festa com cara de quem vai ao velório. As festas
ajudam a quebrar o peso da rotina e refaz os nossos ânimos. O mundo mudou
bastante e hoje já não se fazem festas como se faziam antigamente quando os
casamentos eram aguardados com ansiedade com muita antecedência. No baú das
minhas memórias me lembro de uma festa de casamento que aconteceu em nossa
vizinhança. Na época o que me chamou atenção foram o bolo da noiva e as broas
de fubá de canjica recheadas de doce de leite. Hoje já passo dos sessenta, mas,
confesso que, diante do doce de leite, eu ainda perco a classe. Ainda bem que
tem a Dona Inês Hanke, na Comunidade de Conquista que faz um doce de leite tão
maravilhoso que só no céu para encontrar outro igual! Se alguém quiser tirar a prova dos nove é só
entrar em contato comigo que passo o seu contato.
Mas, esse texto não nasceu para falar de doce de leite, que
pena! Gostaria de comentar o jeito bom que Jesus encontrou para nos falar do
céu. Seguindo a melhor tradição profética ele aborda o tema usando a imagem da
festa. Ele buscou essa ideia nos profetas, principalmente no Profeta Isaías,
segundo o qual nos tempos messiânicos o Senhor prepararia para todos os povos
no monte Sião, na Cidade de Jerusalém, uma mesa de manjares suculentos e de
vinhos depurados (Is 25,6ss). Na visão de Isaías só faltou o doce de leite e as
broas de fubá de canjica... Ô meu Deus, lá vou eu, de novo, ao doce de leite...
Com todo respeito ao profeta eu trocaria o vinho por café com leite e
acrescentaria uns pãezinhos de queijo.
No Evangelho de São Lucas (Lc 14, 15 - 24) e também em Mateus
Jesus fala do Reino do Céu como uma festa, um grande banquete para o qual todos
são convidados. Mas, não é que os primeiros convidados rejeitaram ao convite?
Ninguém rejeita um convite assim impunemente. Fizeram pouco caso do dono da festa
que preparou tudo com muito carinho. Inventaram desculpas esfarrapadas para não
irem. Um disse que havia comprado um campo o outro disse que deveria cuidar de
cinco juntas de bois e, finalmente, o ultimo disse que havia se casado. Fosse
hoje, as desculpas apenas mudariam de lugar. Alguns diriam não poder faltar ao
futebol, outros, que não poderiam perder o final da série da televisão e
outros colocariam a desculpa no tempo. Ainda nesse final de semana, que a chuva
nem molhou o chão, uma paroquiana me disse que a chuva que a impediu de ir à
Igreja... Ô meu Deus! O tempo passa e as coisas não mudam!
Os judeus, pelo jeito, foram os primeiros convidados ao banquete,
mas acabaram rejeitando o convite. O dono da festa não ficou decepcionado, apenas
estendeu o convite a outras pessoas, nesse caso, os pagãos, que eram os
ouvintes de São Lucas, e a todos nós. Hoje, temo que mesmo os pagãos rejeitem ao convite.
Mas, pior do que os pagãos, são aqueles que se dizem cristãos e nunca se dispõem a nada. Como os cristãos de Laudicéia, não são quentes ou frios conforme o Apocalipse:
"Conheço as tuas
obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim,
porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca."
Apocalipse 3:15-16.
Aproveito o ensejo para questioná-lo: Diante desse convite de
Jesus para a festa do reino, você é quente ou frio? É bom refletir enquanto é
tempo. Não basta ser morno, pois, esse convite deve ser acolhido com amor. Se
você ainda não parou para pensar sobre isso é bom que reflita, pois, a morte não
marca a hora.
Imagem de marcioshaffer por Pixabay
Maravilhoso sua escrita!
ResponderExcluirMas em se tratando de festas de casamento, Jesus trocou seu pão de queijo, sua broa de fubá, e até
mesmo pelo doce de leite pelo bom vinho. Mas, as coisas boas e ótimas das recepções de um matrimônio, também tem o toque do mestre.
Desculpe!
ResponderExcluirQuando me refiro a "sua" no singular, me refiro as nossas.
Há as festas passadas, que bom que era. Hoje a gente vai em uma festa olha o estacionamento e pensa que tá cheio de gente. Tem mais carro que pessoas.um individualismo sem tamanho. A festa de jesus pra mim , seria com café com leite e biscoito frito e uma sanfona. Que Deus possa nos ajudar a aceitar o convite e participar dessa festa de uma mesa só
ResponderExcluirParticipar é aceitar o convite de estar juntos, como é agradável ir ao encontro do outro, ainda mais se for de Jesus.
ResponderExcluirAs noivas preparavam seus enxovais com entusiasmo feitos com antecedência bordados maravilhosos elaborados a mão etc. A festa era maravilhosa,servia biscoitos caseiros, bôlo ornamentado em família valsas dos noivos com sanfoneiros vizinhos, danças até amanhecer o dia sem nenhuma confusão. O meu casamento foi organizado desta forma. Que saudade.
ResponderExcluirNo Evangelho de são Lucas fala do reino do céu como uma festa, para qual todos convidados,.As vezes quem não iam á festa enventavam desculpas,ainda hoje em nossos dias existem cristãos que não colaboram em nada sempre com desculpas esfarrapadas.
ResponderExcluirPadre Geraldo, as festas de casamento passadas eram bem diferentes mais atraentes,participativas
ResponderExcluirMuitas vezes me pego pensando sobre esta situação,quente ou frio, me bate um medo da morte me pegar e eu estando frio ou morno,tento manter o meu coração quente e fervoroso no amor impulsionado, inflamado pela chama da fé ,quero ficar perto da graça....a tua graça me basta.Bela reflexão padre.
ResponderExcluirFalar em festa eu ainda lembro porque meu pai todas que casou deve festa e foi muito abençoada mas pessoas humildes e foram 7 🙏🙏🙏🙏
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