Adoração ao Santíssimo

Conheço a história de alguns santos que permaneciam horas e horas diante do Santíssimo Sacramento em pura contemplação. Eles não apenas...


Conheço a história de alguns santos que permaneciam horas e horas diante do Santíssimo Sacramento em pura contemplação. Eles não apenas falavam com Jesus, mas sabiam ouvi-lo com o coração. Nessa convivência intensa acabavam tornando-se parecidos com Jesus. Esse não deveria ser o ideal de todos os cristãos?  São Paulo dizia que devemos nos conformar a Cristo, isto é, ter os mesmos sentimentos de Jesus, adotar as mesmas medidas dele (Fl 2, 5). Penso que existem muitos caminhos para se “con-formar” a Cristo: sofrimento, prática da caridade, testemunho e contemplação... Mas, será que todos esses caminhos não supõem a contemplação? 

São Francisco de Sales, no prefácio de seu livro “Filotéia” conta-nos a seguinte história: “Diz-se que os pintores se apegam não só aos quadros que pintam, mas também às coisas que querem desenhar. Mandou Alexandre ao insuperável Apeles que lhe pintasse a formosa Campaspe, sua amada. Apeles, tendo que fixar demoradamente Campaspe para ir copiando suas feições na tela, acabou gravando-a também no coração. Apaixonou-se tanto por ela que o Imperador Alexandre bondosamente lha deu em casamento...” Pois é.  Diante do Santíssimo Sacramento, nós deveríamos imitar esse pintor.  Nossa contemplação amorosa desse grande mistério do Verbo Encarnado deveria levar-nos a uma paixão verdadeira por Ele. Nessa relação de amor, nossa vida, com certeza, ganharia novos contornos. Quem sabe não iríamos adquirindo, aos poucos, os contornos, as medidas de Cristo? É bom lembrar que suas medidas são generosas: perdoar setenta vezes sete, rezar pelos inimigos e doar a própria vida.

Às vezes, me entristeço um pouco quando vejo que, diante do Santíssimo Sacramento, não sabemos como nos comportar. Em nossas adorações falta silêncio e espaço para escuta. Aprontamos um falatório danado e cantamos tão mal que por pouco Jesus não sai correndo do ostensório! Gosto muito do silencio na hora de adoração. Procuro sentir minha respiração e o ritmo das batidas de meu coração que aspira por Deus. Esforço-me para afugentar os pensamentos bobos que roubam minha concentração. Entro em sintonia com o grande mistério de Deus e nem vejo o passar do tempo. Não escolho palavras bonitas para falar com Deus. Ajo como criança. Digo que gosto dele que estava com saudades dele e que sem ele não saberia viver. Em meu peito sobe aos poucos uma grande certeza: Ele me ouviu. Saio feliz com essa certeza. Aliás, poderia haver felicidade maior do que saber que Deus nos escuta e nos ama?

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