Gardel
Ele foi transformado num mito e como todo mito também saiu do lugar-comum dos mortais para a imortalidade. Até hoje, sua música arra...

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Charles Romuald Gardés, nasceu na França, em Toulouse em 11 de dezembro de 1890. Era filho de Berthe Gardés e de um “pai desconhecido”. Seu pai, na verdade, era Paul Lasserre, que após enviuvar-se procurou reconciliação com Berthe, mas isso acabou não acontecendo. Não se sabe o motivo, mas quando Gardel estava na casa dos 30 anos procurou o consulado do Uruguai para declarar que havia nascido na Cidade de Tacuarembó em 11 de dezembro de 1887. Talvez, tenha feito isso, para escapar do serviço militar francês ou mesmo argentino.
Sua mãe mudou-se para a Argentina quando Gardel era criança em busca de uma vida melhor. Em 1901 havia cerca de 94 mil franceses na Argentina! Ela era passadeira de roupas. Isso era muito valorizado na cidade que queria ser a mais elegante da América. Foi então que Berthe virou Berta de Charles passou a ser chamado de Carlos, Carlos Gardel. Pouco se sabe sobre a adolescência de Gardel, além dos inúmeros mitos que sempre cercaram essa figura.
Falar de Gardel é falar do Tango. O Tango nasceu do cruzamento da cultura dos europeus imigrados com a cultura dos negros escravizados. A novidade é que com Gardel o tango começou a ser cantado.
Em 1911, Gardel faz sua primeira dupla com José Razzano, que era do Uruguai. Em 1913 o tango virou febre mundial. Nessa época Gardel grava um disco embora não tenha gravado nenhum tango pois até então o tango era para dançar. A músicas da moda eram as canções criollas (Creoles eram os filhos de europeus nascidos na América), zambas, chacareiras, rancheiras, vidalitas, gatos, cifras, estilos e milongas… Num determinado dia, entre um show e outro Gardel cantou “Mi Noche Triste”, um tango-canção e acabou criando um novo gênero músical. A partir de então , Gardel passa a gravar outras músicas nesse estilo que acabou pegando não apenas na Argentina mas em diversos países. O tango tornou-se um fenômeno mundial.
Gardel era apaixonado por corridas de cavalos. “Por una Cabeza” uma de suas canções mais famosas ele faz um paralelo entre o cavalo e a mulher cujas paixões nunca gozam de resultados confiáveis. A letra desta música e de tantas outras, como por exemplo, “Mi Buenos Ayres Querido” é de Alfredo Le Pera, um brasileiro, que tornou-se o braço direito de Gardel.
A gravação elétrica só chegaria na Argentina em 1926, embora Gardel já havia gravado com esse recurso em Barcelona em 1925. Em 1928 Gardel parte para Paris, a capital do mundo e a partir de lá universaliza o tango. O “tango argentino” contou então, com a ajuda de um francês (Gardel), um brasileiro (Le Pera) e um uruguaio, Gerardo Matos Rodriguez que escreveu La Cumparsita e muitos outros colaboradores para que se tornasse um fenômeno mundial.
A parceria entre Gardel e Le Pera só foi interrompida com a morte deles no dia 24 de junho de 1935. A dupla deixava Bogotá para se apresentar na Colômbia. Depois de uma escala em Olaya Herrera, Medelin, ao ganhar velocidade para decolar, o avião chocou-se com outra aeronave parada na pista, incendiando-se. Além da dupla, morreram no acidente outras 16 pessoas. Carbonizado, Gardel só teve seu corpo identificado pela pulseira que usava, gravada com seu nome. Assim morreu, com apenas 44 anos aquele que seria transformado num mito universal. Gardel gravou cerca de mil canções, participou de mais de 20 filmes musicais e ainda hoje arranca suspiros e delírios em todo o mundo.
Ouça abaixo, o Especial Carlos Gardel, produzido para o Programa Sala Vip: