Engana-se quem pensa que a vida é feita de grandes coisas ou grandes acontecimentos. Na verdade, são pequenos momentos que fazem gra...
Engana-se quem pensa que a vida é feita de grandes coisas ou grandes acontecimentos. Na verdade, são pequenos momentos que fazem grandes diferenças. Um pequeno gesto, quase um flash, pode tornar imortal uma pessoa, uma cena ou situação.
- Quem não se lembra do Papa João Paulo II beijando nosso chão ou girando sua bengala no Maracanãzinho, feito Carlitos, em sua terceira visita Brasil?
- Quem não se lembra do discurso memorável de Martin Luther King em 1963 lutando nos Estados Unidos pela Igualdade racial. “Eu tenho um sonho...”?
- Quem não se lembra de Natan de Brito, o menino que rompeu as barreiras da multidão, para abraçar o Papa Francisco no Rio de Janeiro em 2013?
Pois é. Essa infinidade de pequenos gestos acabou entrando para o imaginário coletivo. Foram cenas rápidas, quase imperceptíveis que jamais serão esquecidas pelo alcance do significado que ganharam.
Todos sabem que nada entendo de futebol e, portanto, não me atrevo a fazer nenhum comentário a esse respeito. Apesar disso, também sou brasileiro e sofro quando o meu país perde em qualquer disputa. Por isso, sofri muito quando o Brasil perdeu, vergonhosamente, para a Alemanha na última copa do mundo. Isso foi acontecer, exatamente, naquele dia em que havia mudado até o horário da missa para que todos pudessem vibrar com a vitória do Brasil, inclusive eu. Infelizmente não tivemos o resultado desejado e ficamos todos frustrados com o placar do jogo. Mas, é aí que aparecem os detalhes. Algo que chamou a atenção de todos foi o comportamento do jogador Davi Luis. Em prantos ele saiu do campo dizendo algo mais ou menos assim: Eu só queria fazer o meu povo sorrir. Minha gente é sofrida demais, mas, pelo menos no futebol eu queria fazer o meu povo se alegrar... Achei isso de uma beleza tão grande que até me esqueci, momentaneamente, da derrota pela Alemanha. Isso me mostrou a grandeza de caráter do jogador e, portanto, passei a admirá-lo imensamente. Quem dera que todos nós desejássemos a mesma coisa! Que cada um pudesse oferecer ao Brasil aquilo que possui de melhor. Acho que estamos carentes de muitos Davis Luizes. O atleta chorou porque tinha a exata noção do papel que representava afinal, ele carregava nos pés o sonho verde amarelo de milhões de brasileiros.
Hoje, vendo a situação difícil pela qual passa nosso país, rezo para que apareça no cenário político, alguém que queira, de fato, engrandecer o Brasil. Infelizmente, boa parte de nossos representantes políticos tem sido para nós, apenas, motivo de vergonha. Perderam a capacidade de representar aqueles que os elegeram. Governam para si mesmos e para os próprios bolsos. Estamos carentes de utopias e de sonhos. Nosso povo não merece passar por isso. Quantos exemplos bonitos poderiam servir de modelos para nossos governantes? Boa parte dos políticos fecharam os olhos para a sociedade. É uma pena que o Brasil possa ser visto a partir do mau exemplo que eles dão. Nosso país é cheio de pessoas boas honestas e trabalhadoras. Você mesmo que me lê nesse momento, provavelmente, seja mais parecido com o jogador Davi Luiz. Assim como ele, a maioria de nosso povo luta por um mundo melhor usando as ferramentas que estão ao seu alcance.
..." a maioria de nosso povo luta por um mundo melhor usando as ferramentas que estão ao seu alcance."...
ResponderExcluirParabéns padre Gabriel.