Tragicomédia

Os dois fatos que narro agora, foram trágicos e cômicos ao mesmo tempo. Trata-se de histórias verídicas, embora, enfeitadas,  para f...


Os dois fatos que narro agora, foram trágicos e cômicos ao mesmo tempo. Trata-se de histórias verídicas, embora, enfeitadas,  para facilitar a  leitura.

O primeiro aconteceu num dia de pau-de-sebo. O prêmio nem era tão atraente, mas a curiosidade foi geral. A molecada tentou, em vão, galgar o pau-de-sebo e botar a mão na bufunfa. Os mais pacatos, sujaram a roupa toda, para alegria de suas mães.  A tarde caiu, acenderam a fogueira ali por perto e o pau-de-sebo permaneceu incólume noite adentro.



No outro dia, pela manhã, notei um pequeno alvoroço naquelas  bandas.  As cinzas da fogueira cobriram o pé da estaca onde uma mulata troncuda, de short cavado, ameaçava galgar o monumento ensebado. A torcida logo se formou. O forte cheiro da caninha mostrava que a donzela estava no ponto certo…

Dois homens, dispostos a verem o circo pegar fogo, alinharam seus corpos para que a morena pudesse subir em seus ombros.  Realizado o intento, a mulata, pisando nos ombros dos cavalheiros, deu um balanço no corpo e recuou-o para trás. Da segunda vez, tomou embalo e pulou de forma desajeitada no pau-de-sebo. Na mesma velocidade do pulo se despencou rumo ao chão levantando uma nuvem de cinzas atrás de si. Arrancando os aplausos da turma ela levantou-se, deu dois tapas na retaguarda e disse num muxoxo: – É… dessa vez não deu!  Saiu rebolante e encinzada feito churrasco na farinha…

O outro fato aconteceu com o amigo de um primo meu, cujo nome, prefiro omitir. Naquela época, ele andava cheio das modas e gostava de fazer vantagem para as meninas. Numa tarde de domingo, apareceu lá em casa trajando uma calça branca, justa e com as pernas de boca larga. Estava alinhado com a moda.  Em tudo ele gostava de ser melhor. Enquanto pavoneava com as moças os meninos lutavam, em vão, para subir num pé de cocos e arrancar um ninho de pássaro preto. O coqueiro era alto e exigia um esforço sobre-humano da molecada mal nutrida. Nisso, ele achegou-se com as moças e desafiou os meninos. Ajeitou o corpo, fez o sinal da cruz, e começou a subir. Todos admiravam sua performance. A cada arrancada ele subia um pouco mais. Quando estava em boa altura, sem nada avisar, sua calça rasgou-se por inteira, bem na região do vale das sombras e, para completar-lhe o azar, ele estava desprovido da peça íntima… Todos puderam ver o seu cacho chocho de cocos. De um único pulo ele saltou e, ato continuo, desapareceu pelas bandas do ribeirão. Até hoje não deu notícias.  Toma exibido. Deus tarda mais não falha!

Imagem de Klaus Hausmann por Pixabay 

Related

Crônicas 2476595689319644598
Postagem mais antiga Letargia
Postagem mais recente Pombos

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário

emo-but-icon
:noprob:
:smile:
:shy:
:trope:
:sneered:
:happy:
:escort:
:rapt:
:love:
:heart:
:angry:
:hate:
:sad:
:sigh:
:disappointed:
:cry:
:fear:
:surprise:
:unbelieve:
:shit:
:like:
:dislike:
:clap:
:cuff:
:fist:
:ok:
:file:
:link:
:place:
:contact:

Vídeos

Mais lidos

Mais lidos

Parceiras


Facebook

item