Pombos

Se houvesse pombos, no tempo de Moisés, teria sido bem mais fácil a sua saída do Egito. Conta a história sagrada, que ele teve que f...


Se houvesse pombos, no tempo de Moisés, teria sido bem mais fácil a sua saída do Egito. Conta a história sagrada, que ele teve que fazer verdadeiros malabarismos, para que o faraó o deixasse partir, juntamente, com seu povo, escravo naquele país. Teve que transformar em sangue as águas do Nilo e infestar de sapos o palácio do Faraó, para conseguir seu intento. Que pena! A coisa teria sido bem mais fácil, penso eu, se Moisés tivesse nas mãos um casalzinho de pombos. Em menos de um mês esses “espíritos alados” teriam expulsado o faraó e sua corte dos hábitos palacianos.

Dona Neném, zeladora de minha Igreja, que o diga!  Para expulsar essa nova praga, mil vezes pior que as do Egito, já cometeu verdadeiras blasfêmias e chegou a pedir a morte por mais de uma vez! Em que pese o seu misto de ódio e desespero, os pombos continuam freqüentando aquele espaço sagrado como se nada tivesse acontecendo.  Sujam o pátio, emporcalham o jardim e mancham as paredes. Chegam ao cúmulo de produzir cinco ninhadas por ano!  Chegam aos bandos, logo pela manhã, e não arredam o pé, nem para irem ao banheiro! Alguns, mais devotos, costumam pernoitar no local dando provas incontestes de grande devoção. Dona Neném já os ameaçou com gasolina, formol e água sanitária. Pensou em abandonar o emprego ou até mudar-se da cidade por causa deles. Ao que parece, eles nem se tocam. Das alturas onde habitam a olham com infinito desprezo…


O problema dos pombos não exclusivo de Dona Neném. Eles estão na cidade toda. Como lhes faltam predadores naturais a população tende a crescer indefinidamente. Pará de Minas vai acabar recebendo o honroso título de: – A cidade dos pombos esvoaçantes! Estamos colecionando títulos poéticos: Cidade dos pombos esvoaçantes, dos montes fumegantes, dos barulhos constantes, dos autos-falantes…

Agora me diga o leitor, se não vale à pena morar numa cidade dessas? Aqui a coisa ferve meu filho…

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