Pequeno Tabor

Tenho em minha casa, um “cantinho da reza”. Aliás, dou essa dica também para você. Minha casa tem quartos, cozinha, banheiro e sala com...


Tenho em minha casa, um “cantinho da reza”. Aliás, dou essa dica também para você. Minha casa tem quartos, cozinha, banheiro e sala como toda casa tem. Mas, tirei a “sala da televisão”. Acho que a televisão não merece uma sala só para ela nas nossas casas. Dei para a sala uma dignidade maior. Coloquei livros, revistas e uma mesinha que serve de altar. Sobre ela, as imagens de Nossa Senhora Aparecida, como todo bom mineiro, um crucifixo, pro Filho não reclamar e um quadro de Pe. Libério. Comprei uma almofadinha e prometi demissão por justa causa se Inês tirar ela do lugar. Preciso começar meu dia de joelhos e com os olhos bem próximos da cruz. Assim, vejo todos os dias quem é o Deus a quem sirvo…

Diante do meu “altar” tenho um sofá baixo, que defendi de ser posto na reciclagem, um nome chique que inventaram para não falar lixo. Ele salva minha coluna e me dá conforto para rezar. Pronto! Minha sala, que antes, nem era minha, mas da televisão, agora é minha capela particular. Quem pode, pode… Devo, esclarecer, no entanto, que a televisão ainda permanece lá, desligada na maioria do tempo, pois quando chega visitas elas precisam da dita cuja. Mas, a vingança já foi feita. Ela não tem uma sala só para ela!

Jesus um dia, certamente, vendo antecipadamente, o que Pedro Tiago e João teriam que enfrentar após sua morte, resolveu dar-lhes um presente. Convidou-os para acompanhá-los na oração.  Subiu ao monte, como sempre fazia nesses momentos. Os apóstolos, certamente, não tinham a mesma motivação para isso. No Getsêmani, por exemplo, dormiram muitas vezes na “hora H”.  Naquela noite, entretanto, Jesus se revelou a eles de forma esplêndida. Transfigurou-se diante deles! O evangelho diz que suas roupas ficaram brilhantes e Jesus pôs-se a conversar com Moisés e Elias. Pedro perdeu a fala. Quis ficar ali para sempre naquela atitude de contemplação!
Aquele momento, talvez, não fora demorado. Apesar disso, marcou para sempre a vida deles. Jamais iriam esquecer tal noite. Certamente, aquela visão, sustentou muitas dificuldades que tiveram que enfrentar depois.

Nossa vida é marcada por momentos alegres e felizes. Mas, não podemos ignorar os “abacaxis” que temos pela frente. Às vezes, num único dia descascamos um caminhão deles! Por isso, é tão importante tirar um tempo para rezar e contemplar a beleza de Deus.

A sala que tomei da televisão agora é minha. É o meu pequeno Tabor onde, todos os dias, contemplo um pouquinho a beleza de Deus. Faço isso, bem cedinho, quando o mundo ainda não acordou. Esse tempo de oração é que me sustenta ao longo do dia. Quem sabe você queira copiar a receita? – Vale à pena!

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