E o verbo se fez carne
Uma das coisas que mais encantam no Cristianismo é o mistério da encarnação. Gosto de passear sobre os temas da fé assim, como quem per...
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Uma das coisas que mais encantam no Cristianismo é o mistério da encarnação. Gosto de passear sobre os temas da fé assim, como quem percorre uma estrada florida. Mas, não consigo seguir viagem, sem antes, parar e contemplar a paisagem do presépio. A idéia que tenho de Deus entra em choque com o que eu vejo então. Contemplo um menino frágil, com faces rosadas, deitado num bercinho, com os braços abertos, como que pedindo colo.
Sei como ninguém, que Deus é grande, eterno e infinito. Foi Ele o criador de todas as coisas. Conhece os segredos mais profundos do cosmo e os mistérios das criaturas. Poderia ter escolhido mil formas para se manifestar a nós através das realidades criadas. Preferiu fazê-lo, no entanto, de forma humana. Deus se encantou de tal maneira por nós, que desejou ter um coração igualzinho ao nosso, com apenas uma diferença: Em seu coração divinamente humano não se encontra, nem mesmo, uma sombra de pecado!
Como Deus nos respeita profundamente não quis entrar na humanidade sem nossa permissão. Através de seu anjo, consultou uma santa menina de Nazaré e, por meio dela, tudo aconteceu. Maria foi a representante de toda a humanidade que ofereceu o seu corpo para que nele, de forma gradativa, fosse formado o Santíssimo Corpo do Deus Menino. Ao sim de Maria, um casamento foi selado de forma definitiva. De um lado, Deus que, como noivo eterno da humanidade deu o seu sim. De outro, a santa mulher, parte mais frágil do pacto, que também disse sim. A partir desse enlace, o verbo se fez carne e tomou corpo no corpo humano, elevando assim, toda a humanidade à uma condição divina, algo jamais visto em toda a história humana. Isso posto é fácil compreender o escândalo dos conterrâneos de Jesus. Afinal, como entender, pela razão, que Deus mesmo, com toda sua beleza e majestade, pudesse agir com mãos humanas entre eles? Só não é fácil compreender a rejeição daquele povo e do povo de todos os tempos.
Alguém já disse: Gostaríamos de ser semelhantes a Deus, como o imaginamos; mas não aceitamos um Deus semelhante a nós. Gostaríamos que tanto Ele como nós fôssemos diverso do que somos – e a origem do mal é exatamente não aceitar a realidade… Deus, de fato, é surpreendente. Quando o imaginamos tão grande e distante de nós Ele se faz pequeno e próximo; quando o imaginamos num trono glorioso, Ele se nos apresenta na cruz; quando o imaginamos morto, ele se nos apresenta vivo e ressuscitado.
Obrigado, Senhor, por se tornar parecido comigo. Dá-me a graça de me tornar cada vez mais à vossa imagem e semelhança. Amém.