Macondo
Macondo é o arraial fictício criado por Gabriel Garcia Márquez, escritor colombiano, para o livro “Cem Anos de Solidão”. O livro s...
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Macondo é o arraial fictício
criado por Gabriel Garcia Márquez, escritor colombiano, para o livro “Cem Anos
de Solidão”. O livro se parece a uma coleção de estórias que se entrelaçam para
contar a História de uma família através de sete gerações. Úrsula e José
Arcádio são os patriarcas que iniciam uma grande trajetória cheia de realismos
e fantasias. Os personagens do livro ostentam manias exóticas que vão desde
comer a cal das paredes, chupar o dedo ou andar com o braço levantado feito
Arcanjo Gabriel. As tragédias e comédias se entrelaçam em Macondo e acabam
ajudando a definir o caminho dos personagens. O livro me fez lembrar as
inúmeras manias que temos e nem sempre percebemos. Para não dizer que “cada
louco tem a sua mania” prefiro afirmar que cada um carrega suas
idiossincrasias, o que no fundo, dá na mesma. Vejamos algumas dessas
preciosidades criadas por Garcia Márquez:
“... Chegou Rebeca. Toda sua bagagem era composta por um bauzinho de
roupa, uma pequena cadeira de balanço e um saco com os ossos de seus pais...”.
“... Os índios perceberam que Rebeca só gostava de comer terra úmida do
quintal e as tortas de cal que arrancava das paredes com as unhas...”.
“... Melquíades sorriu e disse em castelhano: quando eu morrer, queimem
mercúrio três dias em meu quarto...”.
“... Foi naquela ocasião que construíram uma fortaleza sobre o túmulo colorido
de José Arcádio para que o eterno cheiro de pólvora que se exalava dali não
contaminasse as águas...”.
“... Foi então que entendeu que
as borboletas amarelas sempre precediam a chegada de Maurício Babilônia...”
“... Santa Sofia de la piedad se dedicou a organizar suas
correspondências com os médicos invisíveis...”.
“... Úrsula passou a andar com a mão levantada feito o anjo
anunciador...”.
“... De acordo com a vontade de Pilar Ternera, enterraram-na sentada
numa cadeira de balanço, que foi descida com cordas por oito homens num buraco
enorme, cavado no centro da pista de dança...”.
“Cem
anos de Solidão” é um livro que deve ser lido com um mapa genealógico por
perto. As novas gerações vão recebendo os nomes das anteriores. Isso cria
dificuldades ao leitor na hora de separar os personagens. Apesar disso, o texto
é fantástico e faz o leitor viajar pelo mundo de cada personagem com suas
belezas e extravagâncias. Nisso o livro se aproxima da vida. Quem não tem uma
coleção de manias? Conheço pessoas que só dormem após cobrir os espelhos. Temem
que os espelhos roubem suas energias... Outros não precisam de tesouras para
cortar as unhas. Fazem tudo com os próprios dentes. Alguns piscam sem parar,
sobretudo quando estão nervosos. Outros têm mania de sacudir a cabeça jogando
os cabelos para trás. Os cabelos caem e a mania continua. Então a gente fica
por entender com aquele gesto. Paciência. Quem não tem nenhum cacoete que jogue
a primeira pedra!
Imagem de gustavo9917 por Pixabay
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