A dor de São Tomé

Se eu fosse um escritor de teatro, certamente, escreveria uma peça intitulada: “A dor de São Tomé”. Tomé foi um dos discípulos que teve ...


Se eu fosse um escritor de teatro, certamente, escreveria uma peça intitulada: “A dor de São Tomé”. Tomé foi um dos discípulos que teve a graça e o privilégio de conviver com Jesus. Pode desfrutar da intimidade do mestre e, com certeza, aprendeu a amá-lo.

Após a morte de Cristo, assim como seus companheiros, Tomé deve ter ficado desnorteado e sem rumo. Afinal, como poderia o Filho de Deus sofrer todos aqueles ultrajes sem que o Pai viesse em seu socorro? Junto com Cristo, Tomé também parecia ter morrido. Como foi tão inocente em acreditar naquele sonho? Sim, tudo o que Jesus falou parece que não passava de um sonho ou um delírio. Seguindo as palavras do mestre ele acreditou que haveria uma transformação na sociedade e nas pessoas. Quem sabe Jesus não devolveria ao seu povo a liberdade perdida pelo domínio romano? É. Foi bom enquanto durou aquele sonho dourado... Agora, parecia acordar para a dureza da realidade. Seu mestre foi cruelmente assassinado e ninguém fez nada. Essa era a verdade nua e crua! 

Tomé não estava com os apóstolos na noite em que Jesus apareceu-lhes, após a ressurreição. Certamente, estaria perdido em algum beco de Jerusalém ou perambulando nas imediações da cidade. Enquanto amargava o gosto do abandono alguém veio ao seu encontro dizendo que vira Jesus e que ele estava vivo. Aquilo já era demais! Tomé não queria uma nova decepção. Não quis ser grosso com os amigos. Disse apenas que ele também acreditaria, desde que visse as chagas e colocasse o dedo no ferimento ocasionado pela lança do soldado, no peito de Jesus. Essa seria a prova definitiva para que pudesse acreditar de novo. Não queria ser enganado pela segunda vez...

O tempo passou e Tomé resolveu procurar o grupo novamente. Talvez, para recordar dos bons momentos que passaram juntos outrora. Mas, o que ele não esperava aconteceu. Jesus apareceu de novo ao grupo reunido. Dirigindo-se a Tomé e percebendo o tamanho de sua dor pediu-lhe que chegasse mais perto. Sem entender nada Tomé obedeceu. Ele nem tinha tanta certeza se aquilo era sonho ou realidade. Jesus então disse: “Veja minhas chagas. Põe aqui o teu dedo. Não seja incrédulo, mas, fiel.” Aquela voz tão familiar e tão terna soou como um bálsamo aos seus ouvidos. Tomé tremeu nas bases. Sem saber o que falar apenas murmurou: “Meu Senhor e meu Deus!” Aquela nova visão, certamente fazia doer o mais profundo do seu coração. Como pode duvidar da palavra dos amigos apóstolos? Como pode fraquejar tão rápido? Como se esqueceu tão depressa das palavras de Jesus? Agora sim. Sabia que não estava sonhando. Cristo de fato, estava vivo e ressuscitado.

A tradição afirma que Tomé, ao final da vida, morreu por causa de Cristo. Por uma vez ele duvidou e para sempre acreditou. Colocando o dedo na chaga de Cristo ele curou as inúmeras chagas de sua falta de fé. Sua profissão de fé superou em muito a dor de suas dúvidas.  É preciso aprender com esse apóstolo. De vez em quando, também duvidamos. Mas, será que somos capazes de uma profissão de fé tão bonita como a dele?

Pintura de Caravaggio: A incredulidade de São Tomé

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  1. Compartilhado o belo texto de Tomé. Para mim ele é o apóstolo de maior coragem. Enquanto todos estavam trancado por medo ele foi o único que saiu

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  2. Que lindo adorei aprendemos todos os dias parabéns precisamos de ser como Tomé

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  3. Realmente, dá para imaginar a dor de Tomé. Foi incrédulo e agora teria que colocar o dedo na ferida de Jesus!!!E disse a profissão de fé belíssima que dizemos até hoje-" Meu Senhor e meu Deus!" Acho que muitas vezes somos esse Tomé, incrédulos, imaturos em nossa fé. Precisamos aprender com ele, que duvidou uma vez , mas foi fiel para sempre! São Tomé ,rogai por nós!

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  4. Entendo a dúvida de Tomé por ser ele um ser humano mas a profissão de fé que ele fez supera muito a sua dúvida

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  5. A hitoria de tomé é como daquele filho que disse ao pai que não ia trabalhar mas foi e nos deixou um exemplo de conversão verdafeira.

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