Último lugar? Fora de cogitação!
Presenciamos hoje, um verdadeiro culto aos primeiros lugares. Cada um quer chegar primeiro, ou ser considerado o maior. Ocupam as manchete...
Presenciamos hoje, um verdadeiro culto aos primeiros lugares. Cada um quer chegar primeiro, ou ser considerado o maior. Ocupam as manchetes dos jornais o maior empresário, o maior vendedor, o mais bem sucedido... O “número um” é invejado e convidado para palestras e “workshop”. Está na moda chamar uma simples reunião de grupo de workshop. A gente tem mesmo essa “macaquice” e procuramos imitar o Tio Sam. Nos “coffee break” (pausa para cafezinho) dos seminários, ninguém saboreia pamonhas, rapaduras, caldo de cana ou feijão tropeiro... Não sabem o que estão perdendo! Costuma servir uns embondinhos de nada, que não mata a fome de ninguém. Cada um come aquela “gororoba” e finge que gostou. Aliás, o que não faltam são fingimentos nesse universo!
Quando se cultua quem chegou ao primeiro lugar quase nunca se pergunta pelos meios usados, por ele, para atingir o topo. O camarada, às vezes, não passa de um tremendo “171” conforme dizia o cantor Bezerra da Silva, aos falar dos “canalhocratas”. Costuma aparecer na coluna policial do dia seguinte aquele gênio dos negócios que deu conferência para meio mundo e recebeu em peso de ouro pelo que falou. Prisão de famosos tem se tornado cada vez mais frequente entre nós. Para subir na vida o cara se mergulhou na lama, conforme nos diz a música “Lama”, da Cantora mineira, Clara Nunes:
Pelo curto tempo
que você sumiu
Nota-se
aparentemente que você subiu
Mas o que eu soube
a seu respeito
Me entristeceu,
ouvi dizer
Que pra subir você
desceu
Você desceu
A concepção da vida
admite
Ainda mais quando a
subida
Tem o céu como
limite
No mais alto degrau
da fama
Com a moral toda
enterrada na lama..
Imagem de Hans Braxmeier por Pixabay