Aracne: Quanto maior a árvore, maior o tombo

  Aracne era uma jovem de rara beleza. Não conseguia passar nas ruas sem chamar a atenção da rapaziada. Além disso, se orgulhava muito do se...

 


Aracne era uma jovem de rara beleza. Não conseguia passar nas ruas sem chamar a atenção da rapaziada. Além disso, se orgulhava muito do seu dom, pois, era a maior tecedeira da Grécia antiga. Sabia manusear as agulhas como ninguém. Os compradores vinham de longe e disputavam a tapas os seus bordados. Com agulhas e linhas produzia verdadeiras obras de arte! Mas, esse dom acabou sendo sua desgraça.

O infortúnio de Aracne começou quando alguém lhe disse, em público, que somente Atenas, a deusa da sabedoria, tecia melhor do que ela. Ao ouvir isso, deu uma boa gargalhada. Nem mesmo a deusa teria sua habilidade, afirmou diante dos presentes. Uma senhora idosa que estava ali, levantou-se de sua cadeira para aconselhá-la. “Minha filha, disse-lhe, não deixe a vaidade causar sua ruína. Nenhum ser mortal é perfeito. Você, de fato, tece muito bem. Mas, ainda pode melhorar, pois estamos sempre em crescimento”! Irritada com a idosa, Aracne desacatou-a, afirmando ser perfeita no que fazia. Naquele instante, a idosa se transformou, pois, na verdade, era a própria Atena, disfarçada de idosa, que estava no local.  A presença da deusa causou enorme surpresa a todos.

O desafio estava lançado: Aracne e Atenas começaram um bordado para ver quem teceria de forma mais perfeita. Atenas bordou todos os deuses do Olimpo e ela própria dando de presente, aos gregos, uma planta de oliveira. Aracne escolheu bordar os deuses em situações vexatórias. Bordou Baco embriagado e Zeus em casos de traição além de outras cenas degradantes.

Terminados os dois trabalhos eles quase ficaram quase empatados em matéria de qualidade. Apesar disso, o trabalho de Arcne foi desqualificado, pois nenhuma mortal poderia humilhar os deuses de tal maneira e ficar impune. Atenas estendeu a mão sobre ela e a fez sentir vergonha do que fez. Humilhada Aracne se enforcou na árvore mais próxima. Atenas, no entanto, a quis viva. Somente assim, poderia pagar o justo preço de sua vaidade desmedida. Sendo assim, disse que a partir daquele momento teceria por toda a eternidade e viveria entre as malhas do próprio tecido. Aracne viu seu corpo se encolher, os braços e pernas se alongarem. De seu abdome brotaram pelos horríveis e sua boca foi totalmente transformada. Estava nascendo uma verdadeira aranha!

Algumas pessoas são, extremamente, talentosas sem  perderam a humildade. Outras ficaram arrogantes por causa dos talentos que possuem ou imaginam possuir. Chegam a desafiar os deuses. Esse tipo de gente, mais cedo ou mais tarde, acaba pagando o preço da vaidade. Não são poucos, os casos de artistas ou outros profissionais que tiveram tudo e, terminaram suas vidas, na mais completa pobreza.  Por isso, é bom lembrar: Quanto maior a árvore maior é o seu tombo!

O mito de Aracne fala sobre a arrogância humana. Tal arrogância faz o homem virar inseto. O fato de alguém ter talento não faz dele uma pessoa melhor do que as outras. Deus é criativo. Por isso, distribuiu variados talentos. Eu posso não ser um grande músico, mas um excelente cozinheiro! Já pensou se no mundo só tivessem músicos? Muitos, certamente, morreriam de fome por não saberem cozinhar. Por isso, é bom reconhecer o talento alheio. O mundo é sortido e tem de tudo. Não precisamos ter inveja de ninguém. Aracne foi vítima da própria vaidade. Por isso, foi condenada a viver para sempre dependurada em suas próprias teias...

Imagem de Amandad por Pixabay 

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