Aquiles: Considerado um deus pela mãe!
Ela queria que seu filho fosse um deus. Qual mãe não quer algo assim? Aquele casamento prometia confusão. Como poderia dar certo o casamen...
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Ela queria que seu filho fosse um deus. Qual mãe não quer algo assim? Aquele casamento prometia confusão. Como poderia dar certo o casamento entre uma deusa e um mortal? Pois, foi o que aconteceu. Estou me referindo ao casal Tétis e Peleu. Tétis era uma deusa filha do Oceano, Peleu um simples mortal. Vez por outra, havia comparações entre ambos. Tétis pensava que o marido não estava a sua altura. Peleu a julgava meio convencida. E assim, entre beijos e abraços, aquele casal, desigual, acabou tenho um filho chamado Aquiles. Por ser filho de um mortal Aquiles não podia ser deus. Mas, sua mãe nunca se convenceu disso. Diziam as más línguas que ela matara outros filhos enfiando-os numa fogueira para transformá-los em deuses. Com Aquiles fez diferente. Conhecendo os poderes do Rio Estige, mergulhou-o, em suas águas. Pensava assim, transformá-lo num ser imortal. Acontece que, ao segurá-lo, pelos calcanhares, essa parte do corpo, não se molhou com as águas do rio. Tornou-se o único ponto vulnerável no corpo de Aquiles. Daí nasceu a expressão: “Calcanhar de Aquiles”.
A história de Aquiles é cheia de detalhes e variantes. Tétis, sua mãe, afirmou que ele poderia escolher dois destinos: Guerrear contra Tróia e se tornar um herói. Mas, nesse caso, teria vida breve; ou permanecer no país e ter vida longa. Nesse caso, não teria glória alguma. Sem hesitar, Aquiles teria escolhido uma vida breve e gloriosa.
Conta-se também, que para evitar que ele fosse à guerra, seus pais o esconderam, disfarçado de moça, na Corte de Licomedis Rei de Ciros. Vestiram-no de mulher e disseram a todos que “ela” se chamava Pirra, isto é, ruiva. Seus cabelos eram loiros e ruivos. Por isso, o apelido.
Coube a Odisseu (Ulisses) procurá-lo por toda parte. Desconfiando de seu esconderijo, fingiu-se de mercador. Sendo assim, poderia adentrar aos espaços femininos para vender rendas e bordados para as mulheres. Odisseu, no entanto, misturou algumas armas entre as mercadorias femininas. Quando abriu o baú “Pirra” foi logo pegando as armas, coisa que uma moça prendada, normalmente, não faria. Assim, o seu truque acabou sendo revelado e ele não teve como fugir de lutar na guerra.
Sua natureza era de um guerreiro. Conseguia vencer, sozinho, vários combatentes do exército inimigo. Ninguém sabia qual era o seu ponto fraco. Mas, os deuses sabiam. E como eles tomaram partido na guerra a situação era preocupante. Ao ver que seu amigo Pátroclo morreu pelas mãos de Heitor, do exército inimigo, Aquiles não se conformou. Chorou tanto que sua mãe veio lhe consolar, preparando para ele, uma nova armadura de guerra. Cego de raiva, Aquiles matou Heitor e arrastou o seu corpo pelo acampamento. Essa falta de respeito pelos mortos não agradou aos deuses. Numa outra ocasião, durante um combate, foi morto por Páris que disparou contra ele uma flecha certeira. Apolo dirigiu a mesma para o seu calcanhar. Foi então, que o herói tombou sem vida. Seu funeral foi celebrado pelas musas enquanto Atena untou o seu corpo com ambrosia para evitar a putrefação. Aquiles não morreu. Ficou encantado!
A sorte de Aquiles parece ser a mesma de muitos filhos que jamais conseguem atender às expectativas dos pais. Tétis queria que ele fosse um deus, esquecendo-se de sua mortalidade. Ser mortal é ser frágil. Mas, alguns pais não veem isso. Querem que os filhos os superem em situações que eles mesmos fracassaram. Projetam nos filhos os seus desejos ou frustrações. A mãe era uma deusa, o pai um simples mortal. O filho pagou o preço dessa falta de equivalência. Ao querer transformar o filho em deus, Tétis não considerou a situação do pai. Não dividiu com ele o ônus da maternidade. Ir à guerra, talvez, fosse melhor do que partilhar a companhia dos pais, sempre em desalinho. Sua identidade foi posta em cheque e até seu nome foi mudado apenas para satisfazer o desejo dos pais. A guerra, talvez, lhe fosse menos violenta do que isso! Pensando somente em seus interesses os pais, às vezes, negam até a sexualidade dos filhos. O mito é bastante atual e faz a gente refletir sobre diversos aspectos de nossa vida familiar. Pense nisso!
Verdade são vários os pais frustrados por suas incompetências e investem nos filhos suas desilusões criando um mundo fictício em torno dos mesmos. Somos humanos e divino só temos que conciliar os dois lado
ResponderExcluirOtima reflexão, muitos pais querem proteger seus filhos achando que assim eles serão fortes, mas a super proteção os torna frágeis.
ResponderExcluirMuito providencial esse conto. Absorvi tanto dele que deduzi, quase que com suas mesmas palavras, todo o comentário, após o encantamento de Aquiles.
ResponderExcluirÉ exatamente assim, o pai quer o filho "assim e a mãe o quer " assado ".
Eterno dilema!
Sempre soube do mito Aquiles; mas a razão de ter um ponto fraco me fascinou, pois nos faz refletir demais@
Obrigado pela leitura@
A propósito, nossa amiga Ambrosina Melo,de Florestal, teria no nome o sinônimo de uma espécie de bálsamo confortável?
Difícil hoje acompanhar os filhos em sua educação. Eu por exemplo, tive que sempre correr atrás da galinha que botava no pasto, hoje levo os ovos pra porta de meus filhos. Infelizmente o Brasil não deixa mais os meninos trabalhar.
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