O que é uma empresa?

  Não serei acadêmico ao falar sobre a empresa nesse pequeno texto. Mas, penso que ela não é um mero ajuntamento de pessoas que emprestam su...

 


Não serei acadêmico ao falar sobre a empresa nesse pequeno texto. Mas, penso que ela não é um mero ajuntamento de pessoas que emprestam suas habilidades ou marcam cartões em troca de um pagamento ao final do mês. Talvez, possa parecer utópico, mas vejo que a empresa é formada por pessoas que buscam algo mais, além do próprio salário. Buscamos, além disso, nossa realização pessoal, espiritual e psicológica. A empresa é o espaço do nosso crescimento pessoal e grupal. Nesse espaço somos como elos de uma corrente. Quando um se quebra a corrente toda enfraquece. 

Sendo espaço de crescimento a empresa se assemelha a um jardim. Para que as sementes brotem e cresçam é preciso que sejam dadas todas as condições, nesse sentido. O suporte para o trabalho é a base para que os funcionários, agora designados “colaboradores”, possam crescer de forma criativa. Mas, lembre-se: ainda que sejam oferecidas todas as condições ninguém pode obrigar o nascimento da semente. Existe uma parte que cabe a cada um. Não adianta a empresa dar todas as condições para o trabalhador se ele quer apenas “marcar cartões”. A motivação é um motor pessoal que deve ser ligado todos os dias para não se enferrujar.

 Às vezes comparo a empresa como as “galeras”, aqueles barcos de guerras antigos com cinco bancos para os remadores.  Alguém batia o tambor para manter o ritmo dos trabalhos. Essa “motivação sonora” servia para criar uma sinergia entre os remadores. Quando todos remavam na mesma direção, podia-se vencer o inimigo mais facilmente. O problema era quando alguns pirraçavam e não remavam no ritmo dos outros. Nesse caso, ele corria o risco de ser despejado no mar pelos companheiros de embarcação. De parceiro, ele passava a ser um peso para os outros. Infelizmente, muita gente ainda gosta de remar só, dentro da empresa. Existem também os que gostam de remar contra. Esses são os piores! Não adianta bater o tambor. Eles somente ouvem o que lhes interessam. É bom que se diga que numa organização a vaidade sempre encontra seu espaço para crescer...

Sendo uma organização e não um ajuntamento humano, a empresa pede qualidades humanas de quem nela atua. Ninguém gosta de trabalhar muito tempo com um vaidoso, por exemplo. A palavra vaidade vem de vento. O vaidoso é cheio de vento e se parece a um balão. Brilha muito, mas não tem consistência. Gosta de ser admirado, mas tem pouca disposição para reconhecer as qualidades alheias. Para trabalhar em equipe é preciso humildade. Humildade vem de húmus, esterco da terra. A pessoa humilde sabe que ela é frágil e pode errar. Sabe que possui os pés de barro. Por isso, entende melhor o outro que também erra. O perdão é uma decorrência da humildade. É uma atitude madura de quem sabe que mais cedo ou mais tarde também precisará dele. Para se trabalhar em equipe é preciso perdoar e pedir perdão, pois as pessoas são limitadas e erram até mesmo sem querer.

Um dos grandes problemas que afeta hoje, a vida das organizações é a falta de comunicação interna e externa. Quem era para passar o memorando não passou quem ficou de anotar o recado não o fez quem recebeu a encomenda não registrou o nome do remetente. Desse problema sofre a maioria das empresas e ele costuma ser um grande fator de tensão entre as pessoas. A canoa pode virar e o jardim pode não florir por falhas desse tipo. Um recado que parece não ter importância talvez seja fundamental para o outro, que não o recebeu. Esse último poderá pensar que houve boicote e, nesse caso, a guerra estará armada. Veja bem: Quase sempre a gente se derrapa são nesses pequenos detalhes!

De vez em quando seria bom se questionássemos: - Até que ponto vai o meu compromisso com a empresa onde trabalho? Consigo manter o ritmo das remadas de meus companheiros? Fico empacado por qualquer motivo comprometendo o bom andamento da organização? Gosto de ser bajulado? Será que não preciso ser mais humilde e reconhecer mais o esforço dos outros?  O leque dos questionamentos é infinito. Faça seu exame de consciência e, se for necessário, procure ser melhor em tudo o que você faz. Uma regra de ouro sempre teve seu valor em qualquer lugar: Nunca faça ao outro o que não gostaria que fizesse com você!

Imagem de Pexels por Pixabay 

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  1. .."De vez em quando seria bom se questionássemos: - Até que ponto vai o meu compromisso com a empresa onde trabalho? Consigo manter o ritmo das remadas de meus companheiros? Fico empacado por qualquer motivo comprometendo o bom andamento da organização? Gosto de ser bajulado? Será que não preciso ser mais humilde e reconhecer mais o esforço dos outros? O leque dos questionamentos é infinito. Faça seu exame de consciência e, se for necessário, procure ser melhor em tudo o que você faz. Uma regra de ouro sempre teve seu valor em qualquer lugar: Nunca faça ao outro o que não gostaria que fizesse com você!"...

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