Oração pelos mortos
Qual é o sentido de rezar pelos mortos e de celebrar missa por alma dos falecidos? - A resposta a esses questionamentos exige de nós uma co...

Qual é o sentido de rezar pelos mortos e de celebrar missa por alma dos falecidos? - A resposta a esses questionamentos exige de nós uma compreensão melhor sobre o sentido da vida e da morte. Primeiro, será preciso entender de onde vem esse costume de rezar pelos falecidos. Nesse artigo vou me ater apenas à experiência do cristianismo. Todos sabem que o Cristianismo é uma religião procedente do Judaísmo. Jesus, inclusive, era judeu.
Na matriz judaica, o costume de rezar pelos mortos e a crença na ressurreição não é algo muito antigo, historicamente falando. A ideia torna-se mais clara na época dos Macabeus (165 a C). O escritor sagrado louva a Judas Macabeu pela coleta, a fim de mandar oferecer sacrifícios pelos mortos em reparação pelos seus pecados. Aqui, então, aparece a idéia de que valeria a pena oferecer sacrifícios expiatórios em favor dos falecidos (Confira: 2 Macabeus 12, 38-46).
É preciso entender o seguinte: Para os mortos só existem três caminhos. O primeiro é o céu. Um prêmio reservado aos bem-aventurados. O Segundo é o inferno. Gastaria um ano para falar dele. Só vou dizer que Deus nos criou livres até para negá-lo. Nesse caso, o inferno é uma escolha de quem livremente negou a Deus. A terceira via é o purgatório. Mas, o que vem a ser isso? Trata-se de um lugar ou uma realidade? São Paulo (1 Coríntios 3, 2-15), faz menção ao purgatório ao dizer que nossas obras serão provadas pelo fogo. Outros nomes de peso, na história da Igreja, também falaram sobre o tema. Dentre eles: Clemente, Orígenes, Santo Agostinho e Gregório Magno.
Para Agostinho, a oração pelos mortos faz com que eles alcancem o perdão de seus pecados. Ele mesmo rezou por sua mãe falecida ( Confissões IX, 35). A imaginação popular encarregou-se da colorir o purgatório com cores fortes e variadas. A "Divina Comédia" do escritor Dante Alighieri, marcou o imaginário ocidental no que diz respeito ao purgatório. Hoje temos um festival de opiniões, cada uma mais extravagante que a outra, sobre esse tema.
Sobre o assunto, o ensino da Igreja sempre foi sóbrio. É preciso entender que o homem é um ser em construção. Esse processo de construção é lento enquanto a morte é rápida. Ninguém poderá comparecer diante de Deus santíssimo com as manchas de pecado. Mas, como isso pode ser possível à um ser humano? Somente a Virgem Maria, foi preservada de todo pecado, assim afirma a Igreja. Nosso processo de purificação já acontece nessa vida. Como tudo pode acontecer, talvez, nem mesmo durante a vida toda, teremos condições de abraçar um estado de pureza almejado por Deus. Nesse caso, seremos, após a morte, totalmente entregues à misericórdia divina. Na dúvida, se a pessoa já morreu preparada ou não, então intercedemos por ela. Se para ela, de nada vai adiantar nossas súplicas, com certeza, para nós farão um grande bem. Já vi muita gente se queixando por não ter rezado. Mas nunca vi ninguém reclamando por ter rezado demais! O purgatório já acontece nessa vida. Mas, pode acontecer também na hora da morte. Deve ser muito difícil para nós quando nos depararmos com Deus e sua infinita bondade e ver o tamanho de nossa mediocridade! Será realmente doloroso constatar que não vivemos como deveríamos ter vivido. O Encontro decisivo com Deus, vai acontecer numa esfera de amor infinita. Mas, será que estamos preparados para esse encontro?
Costumo rezar pelos falecidos todos os dias, e não apenas no dia de finados. Talvez, eles não precisem de minhas orações. Ainda assim, peço a Deus que tenha piedade de todos que morreram sem a devida preparação para esse encontro de amor. Espero que um dia alguém também se lembre de rezar por mim. Melhor que ninguém, estou consciente de minhas fraquezas e preciso de contar com a caridade fraterna e a piedade divina!
Imagem de truthseeker08 por Pixabay
Nos faz rever como estamos vivendo e se realmente estamos nos preparando para esse encontro de amor com Deus! Valeu Padre Gabriel.
ResponderExcluir..."Costumo rezar pelos falecidos todos os dias, e não apenas no dia de finados. Talvez, eles não precisem de minhas orações. Ainda assim, peço a Deus que tenha piedade de todos que morreram sem a devida preparação para esse encontro de amor. Espero que um dia alguém também se lembre de rezar por mim. Melhor que ninguém, estou consciente de minhas fraquezas e preciso de contar com a caridade fraterna e a piedade divina!"...
ResponderExcluirAmém!
ResponderExcluirQue linda reflexão,Padre Gabriel! Muito Sublime este texto,devemos viver preparados pois não sabemos o dia nem a hora. Um dia Deus vai nos chamar,que estejamos em Paz,com Fé, esperança e Caridade para o encontro com Deus 🙏🏻
ResponderExcluirQue linda reflexão,Padre Gabriel! Muito Sublime este texto,devemos viver preparados pois não sabemos o dia nem a hora. Um dia Deus vai nos chamar,que estejamos em Paz,com Fé, esperança e Caridade para o encontro com Deus 🙏🏻
ResponderExcluir