Alfinete de fraldas
O mundo mudou, mas, apesar disso, alguns objetos teimam em não mudarem de nomes. Um desses objetos é o alfinete de fraldas. Nem sei se ess...
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O mundo mudou, mas, apesar disso, alguns objetos teimam em
não mudarem de nomes. Um desses objetos é o alfinete de fraldas. Nem sei se
esse antigo objeto, de mil e uma utilidades, ainda deveria chamar-se “alfinete”
e muito menos de fraldas. Tudo mudou inclusive a maneira de usar as fraldas nas
crianças. Hoje, ao que parece usa-se uma espécie de fita isolante ou “durex”.
Também não sei se falar “durex” revela a nossa idade. Talvez, não exista mais
nem “alfinete de fraldas” ou “durex”. Inventam-se novos nomes para as mesmas
funções. Só sei que, de uma hora para outra, o Alfinete de Fraldas – prefiro grafar
em maiúscula, em sinal de respeito – mudou de função. Ele que já foi tudo, no
passado, hoje anda à caça de empregos. Eu mesmo, penalizado com sua situação,
resolvi dar-lhe uma nova função: Prender alguns panos para os cenários dos meus
vídeos. Feliz por ganhar nova ocupação o velho e bondoso Alfinete de Fraldas se
superou nessa tarefa. Deu “de dez a zero” na fita crepe. Ainda se diz “Fita
Crepe”, gente? Sei lá. Só sei que até Rafael, que me ajuda nesses
empreendimentos, se apaixonou pelo bom Alfinete. Outro dia me apareceu com um
deles preso à gola da camisa... A turma pensou que ele estivesse fraco do juízo
ou que tivesse arranjado um novo rebento por aí e que na pressa, acabou
esquecendo o tal alfinete na gola do paletó. Eu tive que entrar em cena para
defender a inocência do pobre rapaz. Para fazer nossas gravações gastamos
caixas de alfinetes, de vários tamanhos e marcas. Tem até um com cabeça de
palhacinho. Disseram-me que esse arranjo foi uma vã tentativa do alfinete para se
garantir junto ao bumbum das crianças. Mas, de nada adiantou. Hoje ninguém mais
se arrisca a prender uma fralda de bebê com um alfinete pontiagudo daqueles.
Eu que venho de outros carnavais, fui bem criado, em parte,
graças ao poder do alfinete. Minha mãe prendia as nossas fraldas com eles e que
eu me lembre nunca fui espetado por nenhum deles. Na verdade, eles tiveram
múltiplas funções. Serviam para prender nossas roupas e tirar os bichos de pés que,
volta e meia, penetravam em baixo de nossas unhas. Uma ferramenta dessas era tudo o que
necessitávamos nesses momentos de apuros. Bem manuseados eles arrancavam os
bichinhos e a gente nem sentia dores. Mas, quando a mão do sujeito era pesada a
ponta do alfinete parecia um ferrão à penetrar em nossas carnes.
O alfinete de fraldas tornou-se tão impopular, ultimamente,
que encontrá-lo, à venda, é uma verdadeira operação de guerra. Do nada, eles
sumiram das livrarias, das lojas de aviamentos e bugigangas. Cheguei a
procurá-los até nos açougues ultimamente... Mas, graças a Deus acabei
encontrando-os numa lojinha esquecida num canto da cidade. “Lavei a égua” e
comprei muitas caixas deles com diversos tamanhos. Agora tenho para dar e
emprestar. Mas, só empresto com dois “V” de vai e volta. Cheguei a alfinetar um
amigo, por ter crescido os olhos em alguns desses objetos de estimação. Ludibriei-o
emprestando agulhas no lugar dos alfinetes. A agulha é uma prima sem graça dos
alfinetes que, nem de longe, se presta às mesmas funções. Agora, se vocês me derem
licença, vou tirar os alfinetes desse texto que acaba de sair de minha agenda
para o blog...
Foto: Gilmar Souza
Kkkkkkkk.... ri alto.... Quando li o título já veio em mente os bichos de pé que minha mãe tirava em mim, o mãe da mão pesada, não sabia qual seria pior, a dor da operação para extração do bicho de pé ou o coro que poderia levar se negasse a ficar quieta.
ResponderExcluirQuanta criatividade, padre!!! Tô aqui rindo e lembrando da real utilidade destes alfinetes. Kkkk
ResponderExcluirAmei o texto. Realmente estão sumidos do mercado. Usei muito nas fraldas aqui. Kkkk. Agora tirar bicho de pé foi o máximo. Kkkk
ResponderExcluirAlfinete, hoje, tem sinal metafórico. Tem momentos que dá vontade de alfinetar alguns espíritos de porcos que existem por aí, como, por exemplo.
ResponderExcluirTambém dei boas risadas... Eu tenho um pequeno, guardado a sete chaves e que me ajuda muito, com a função de passar elástico dentro do cós das calças de crianças . Está aí mais uma utilidade Padre Gabriel.
ResponderExcluirVerdade. Ferramenta multi-uso. Também eu fui criado com fraldas presas por alfinete.
ResponderExcluirNa minha casa sempre tive vários tamanhos de alfinetes agora não tenho mais nenhum como eles foram úteis
ResponderExcluirDe fato, quanta utilidade teve o Alfinete de Fralda... hoje extinto nas prateleiras das lojas. Uma pena! Quem pôde conviver com essa “ferramenta”, sabe o valor que tem.
ResponderExcluirPadre Gabriel, seus textos sempre muito agradáveis e descontraídos. Gosto de todos eles.
Tinha uns mais modernis, que tinha bichinhos na cabeça. E o bichinho azul era para os meninos, e o rosa para meninas.kkk...
ResponderExcluirKkkk..o alfinete é mesmo multiuso 👏🏻👏🏻👏🏻, fui criada e criei um dos meus filhos com eles.
ResponderExcluirAprendi a chamar de Desmazelo, aí fica mais fácil de encontrar no mercado! kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirRi muito pela coincidência que me ocorreu.
ResponderExcluirEssa semana precisei usar essa super ferramenta duas vezes - no final de semana foi no sitio de verão dos meus pais, meu pai estava com uma "batatinha" já grande, eu e a super extratora de bicho de pé (alfinete) entramos em ação.
Depois, já no inicio da semana, ao chegar na Paróquia que estou o Padre também estava com um filhotinho, ainda novinho, de bicho de pé, mas dessa fez quem me salvou foi a "prima" a sra. Agulha.
Que elas, as agulhas e alfinetes, nunca me abandone, seja para as grandes cirurgias de remoção de bicho de pé ou farpas, na camisa social que perde o botão, na túnica quando o zíper não que funcionar.