Religião que causa nojo
Os jornais têm noticiado, com certa frequência, que em determinadas regiões do Rio de Janeiro, milicianos se uniram aos traficantes “evang...
Os jornais têm noticiado, com certa frequência, que em
determinadas regiões do Rio de Janeiro, milicianos se uniram aos traficantes “evangélicos”
e formaram verdadeiras facções ligadas ao tráfico e à criminalidade. Essa realidade
é difícil de ser processada por diversos motivos. Não há nada mais nojento do
que o uso da fé para defender a violência e criminalidade. Além disso, acaba
sendo injusta com os evangélicos sérios que praticam a religião de forma
honesta.
Como entender uma coisa esquisita como essa de “traficante evangélico”?
Na verdade, esses grupos são organizações criminosas que não entendem a importância
da religião na vida das pessoas. A prática deles destoa da prática de qualquer
pessoa, minimamente, religiosa. Fortemente armados tais grupos, em nome de suposto
“zelo religioso” tem expulsado de suas comunidades muitas religiões
afro-brasileiras, destacando-se, pela violência e pela intolerância com outros
grupos religiosos.
No livro do Profeta Isaías (Is 1, 13), encontramos a seguinte
passagem:
“Parem de trazer
ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados,
assembleias... Não suporto injustiça junto com solenidade”.
No Evangelho de São Mateus (Mt 23, 4), criticando a religião
de aparência dos fariseus Jesus disse:
“Eles falam e não
praticam. Amarram pesados fardos e os colocam nos ombros dos outros, mas eles
mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo”.
Os fariseus cultivavam uma religião de aparência: Gostavam
dos primeiros lugares nas sinagogas e dos lugares de honra nos banquetes; usavam
faixas largas com trechos da Escritura e punham longas franjas nas roupas.
Faziam todas as ações apenas para serem vistos pelos outros... Mas, nada disso,
agradava a Deus, pois essa religião de aparência lhe causa nojo...
A tentação de viver uma religião sem ética não é nova. Para
muitos a religião nada tem a ver com o agir das pessoas. É algo para ser vivida
em foro intimo, dentro dos templos sem nenhuma ressonância na vida prática.
Nesse caso, ignoram qualquer esforço coletivo para construir um mundo melhor e
mais habitável. Não conseguem associar a
religião com a vida. Por isso, celebram seus cultos e depois saem matando.
Esquecem-se da Palavra de Deus que diz: Não
suporto injustiça junto com solenidade...
“Religião” que permite associar-se com tráfico e organizações
criminosas causa nojo a Deus. Pense nisso!
Imagem de Rafael Moura Sb. por Pixabay
Bom dia Texto excelente.
ResponderExcluirTexto esclarecedor para não generalizar os evangélicos.
ResponderExcluirCausar nojo a ser humano não é nada bom imagina causar nojo em Deus. Que Deus nos livre disto
ResponderExcluirQue abuso. Depois ficam se perguntando pq Deus permitiu e permite certas coisas? Obrigada padre Gabriel por nós mostrar a verdade
ResponderExcluirOrganizações criminosas sempre foram uma verdadeira praga na história da humanidade e da religião. Tráficos, assassinatos em nome de “deus” inexistente. Até onde o ser HUMANO é capaz de chegar? Fica a pergunta.
ResponderExcluirAdorei sua reflexão que Deus abençoe e o ilumine sempre
ResponderExcluirQue Show de texto!
ResponderExcluirMuito bom texto padre...usam o nome de Deus e deturpam os ensinamentos dos nossos irmãos em Cristo.
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