O pai queria lhe dar amor, mas ele só queria um cabrito

  Já li mais de mil vezes a história bíblica conhecida, por muitos, como: A “parábola do filho pródigo” ( Lc 15,11-32). Essa parábola bem qu...

 


Já li mais de mil vezes a história bíblica conhecida, por muitos, como: A “parábola do filho pródigo” ( Lc 15,11-32). Essa parábola bem que poderia ser conhecida por outros nomes  tais como: Dois filhos, duas histórias sem final feliz garantido; Dois filhos e nenhuma alegria; Um pai com amor sem limites... Na tentativa de chamar sua atenção, optei pelo título acima. Explico melhor:

Para comentar a parábola falarei do comportamento dos três personagens presentes na mesma: O pai, o filho mais novo e o filho mais velho. Meu destaque, no entanto, vai para a pessoa do pai.

O filho mais novo, depois de quebrar a cara e chegar ao fundo do poço tomou uma decisão de voltar à casa do pai. Com discurso ensaiado, ele fez  sua trouxa. Ao chegar à casa do meu pai lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não mereço ser tratado como filho. Trata-me, apenas, como um dos teus empregados... 

Para quem chegou a invejar a comida dos porcos, ser tratado com a dignidade de empregado na casa do pai já seria muita coisa! Pelo caminho de volta, o filho mais novo, certamente, ficou com medo da reação do pai. Apesar disso, tomou coragem e seguiu em frente.

Ao ver o filho voltando, o pai encheu-se de alegria. O Evangelho disse que ele o viu de longe. A sensação que a gente tem é que o pai deu câimbras nos olhos de tanto olhar a estrada esperando por aquele momento. Nem esperou que o filho pronunciasse o seu discurso ensaiado. Logo o abraçou mandou colocar-lhe um anel no dedo e sandália aos pés. Matou um novilho gordo e fez uma festa. Fosse com a gente, certamente, daríamos uma lição de moral naquela “cabeça de ventos”... O pai, no entanto, não o repreende e nem lhe dá lição de moral. Pelo contrário, ordena que se faça uma festa, pois o filho estava perdido e foi encontrado, estava morto e voltou a viver...

O filho mais velho, ao chegar em casa, viu uma “muvuca” danada. Não quis entrar para participar da festa. Seu discurso é cheio de rancor, frieza e cobrança. Hora nenhuma diz: "meu pai" ou "meu irmão". Cheio de ciúmes, cobra recompensa do pai pelos trabalhos realizados: Eu sempre estive ao seu lado e nunca me destes um cabrito... Para essa “cabeça de ventos” o senhor faz uma festa, reclamou.  

O filho mais velho, ao que parece, nutria com o pai  uma relação de troca, uma espécie de “toma lá da cá”. Não compartilhava da alegria de ser filho nem tinha sentimentos fraternos com o irmão. Sua alegria,  seria a ruína do irmão...

Coitado desse pai! Teve dois filhos: Um sem juízo e o outro sem gratidão. O mais novo saiu de casa e o mais velho, mesmo estando em casa, parecia distante do pai...

Assim como os dois filhos da parábola, os cristãos também se dividem entre aqueles que caem e se levantam e aqueles que “nem fedem nem cheiram”. De alguma maneira, todos se distanciaram do pai que é absolutamente amoroso. Deus não nos ama por sermos virtuosos, mas porque é pai. Deus quer nos dar um banquete desde que comamos juntos, mas a gente só quer um cabrito para devorá-lo sozinho... Com qual desses dois filhos você se parece?

Imagem de Albrecht Fietz por Pixabay 

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  1. Padre Gabriel,boa tarde! Eu fico encantada com este evangelho do Filho pródigo! Ele nos faz aproximar de Deus! Nos faz entender que Deus é Pai, que perdoa,e quando a gente errar,temos um Pai que nos dá a mão, que nos dá atenção, que nos Ama e nos faz reerguer o Caminho para o Céus.Obrigada meu Deus,por ser nosso Pai e por nos ensinar a amar nossos irmãos ❤️ obrigada Padre Gabriel, por nos ensinar a Palavra do Pai que consola ,e nos faz viver em Paz. Grande abraço,da amiga Maria Adélia

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  2. A misericórdia do Pai é infinita. Ele nos acolhe sempre de braços abertos e nos reconduz ao bom caminho...

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  3. Pergunta difícil! Mas acho Padre, que em cada um de nós tem um pouco dos dois. O que temos que aprender é saber voltar para casa. Pedir perdão e se sentir amada pelo Pai.

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  4. Pergunta embaraçosa né padre Gabriel!
    Deus é misericórdia, Ele nos perdoa sempre, nós que somos ingratos....com nossos irmãos. Oh Senhor ajudai nos a sermos como Deus nos criou, livrai nos desse mal!

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  5. Padre, o senhor aperta sem abraçar. O que temos de entender é o amor de Deus.Às vezes somos pequenos para tal.

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  6. Os filhos sempre querem ser um mais que os outros diante do pai.principalmente quando tem irmão descabeciado.

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