O mudo que não era dono de si mesmo

  Você conhece pessoas que não são mais donas de si mesmas?  Infelizmente, eu conheço. Algumas se perderam, literalmente, em um conjunto de ...

 


Você conhece pessoas que não são mais donas de si mesmas?  Infelizmente, eu conheço. Algumas se perderam, literalmente, em um conjunto de situações ou relações que as despersonalizaram. Quando falam apenas reproduzem o desejo de outros ou de instituições às quais pertencem. Foram roubadas de si mesmas e não tem mais voz própria.

Existe na mitologia grega uma personagem chamada Eco. Vou me valer da história dela para falar o que pretendo:  - Zeus, o chefe do olimpo, era, extremamente, mulherengo. Apesar disso, Hera, sua mulher, sempre foi muito ciumenta. Certa vez, ela o seguiu para surpreendê-lo, num flagrante, “tomando banho” com as ninfas. Quando Eco a viu aproximar-se  daquele local  e, percebendo o risco que Zeus  corria, procurou envolvê-la na  conversa, até que Zeus fugisse da área. Vendo que havia sido enrolada pela Ninfa Hera amaldiçoou-a. Já que a ninfa era tão faladeira, então, deveria perder a voz e, a partir daí, só repetiria a ultima palavra que alguém lhe dirigisse. O tempo passou e a ninfa apaixonou-se por Narciso, outro personagem mitológico. Mas, como apenas sabia repetir a última palavra que alguém lhe falasse, acabou sendo repelida por ele. Desgostosa ela refugiou-se para os lugares desertos e passou a morar em cavernas de onde repete, ainda hoje, as últimas palavras que ouve.

Eco definhou-se por ter perdido a expressão. Ela só falava a partir de outros e só repetia a última palavra dos outros. Havia sido roubada de si mesmo. Reproduzia um discurso que não era seu. Essa história poderia ser aplicada hoje em inúmeras situações. Eco é todo aquele que, incapaz  de pensar por conta própria, reproduz falas do Watssap, ainda que mentirosas. São os reprodutores de “Fake News”. Não têm opiniões próprias. Embarcam nas últimas noticias  veiculadas nas redes sociais, mesmo sem checar se as mesmas são verdadeiras.

O Evangelista São Lucas nos diz que, certa vez, Jesus expulsou um diabo que era mudo. Quando o diabo saiu, o mudo começou a falar e as multidões ficaram maravilhadas (Lc 11, 14-23). O grande milagre realizado por Jesus foi devolver aquele homem a si mesmo. O diabo o roubou dele mesmo. Por isso, ele não tinha mais voz. Uma vez que ele reencontrou-se consigo mesmo voltou a falar.

Hoje muita gente foi roubada de si mesma. A droga faz isso muito bem. Ela tira a pessoa dela mesma e a conduz pelo caminho da morte. Mas, isso não acontece só com os usuários de drogas. Existem muitas coisas que nos despersonalizam e nos massificam. Por isso, é preciso tomar cuidado. Seria bom que a gente percebesse quais as vozes falam através de nós... Além disso, precisamos analisar se tais comandos estão contribuindo com nosso processo de personalização ou destruindo nossa identidade. Pense nisso!

Imagem de Bilderjet por Pixabay 

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  1. Tem dias que me sinto roubada da minha pessoa não posso fazer o que quero e sim o que os outros querem que eu faça

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  2. As vezes as pessoas esquecem que é amaro prosimo como a si mesmo e só ama o prosimo é esquece de si

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  3. Se eu conheço quem foi roubada de si. É meu próprio espelho. Realmente há muitas pessoas assim. Infelizmente. Precisamos deixar Jesus agir e devolver a nossa voz. Orar.

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  4. Bela reflexão. Precisamos ter voz própria. Ter nossa identidade. Não podemos deixar que ninguém nos roube de nós...

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