Um pedido fora da curva
Penso que Jesus não desceria do céu e fundaria uma Igreja se fosse para ela seguir os mesmos ditames do mundo. O mundo é uma guerra de foi...
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Penso que Jesus não desceria do céu e fundaria uma Igreja se
fosse para ela seguir os mesmos ditames do mundo. O mundo é uma guerra de
foices no escuro. Cada qual luta para salvar a sua própria pele ainda que, para
isso, tenha que tirar a pele dos outros. É um salve-se quem puder! Veja, por
exemplo, como os homens se organizam para conquistarem o poder. Alguns chegam a
vender a alma e outros vendem as mães para subirem ao pódio... A coisa parece
uma corrida de búfalos. Eu nunca vi uma corrida de búfalos, mas imagino que
chega a levantar poeira. Poeira nunca falta numa corrida eleitoral! Alguns
personagens fazem pacto até com o diabo, desde que, garantam um lugar ao sol,
ou seja, no poder, que nem sempre é ensolarado.
Certa vez, caminhando com seus discípulos Jesus abriu-lhes o coração.
Pela terceira vez, tocou num assunto bem desagradável. Falou que ele seria
perseguido, rejeitado e morto (Mt 20, 17-28). Só não falou às paredes porque estava
em lugar aberto. Nenhum dos discípulos prestou atenção ao que ele disse. E sua
mensagem foi mais clara que o dia. Vejam bem: “ Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será
entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte,
e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo”.
Apesar da clareza desse anúncio, os discípulos fizeram
ouvidos moucos ao que lhes foi dito pelo mestre. Nessa altura da conversa
entrou em cena uma mulher: A mãe dos filhos de Zebedeu, Tiago e João. O nome da
dita cuja, não aparece no texto. Como toda boa mãe, ela queria um futuro melhor
para os seus filhos. Viu esse futuro na companhia de Jesus. Como a maioria das
pessoas daquele tempo, ela sonhava com um messias nos moldes humanos: Um grande
conquistador, uma espécie de Napoleão Bonaparte à moda antiga. Sendo assim,
nada melhor do que garantir, desde já, um lugarzinho para os filhos. Ao
manifestar o seu desejo, ficamos cientes de que não queria apenas um “lugarzinho”,
mas as duas “pastas” mais importantes no novo governo. Por isso, pediu que um
dos filhos ficasse à direita e outro à esquerda de Jesus. Naturalmente, desconhecia
a paisagem do calvário. Lá também teve dois personagens, um à direita e outro à esquerda. Mas, nem de
longe, ela pensou em calvário. Queria uma posição de glória e não de provações.
O pedido "fora da curva" dessa mãe combina com nossa mentalidade atual. Hoje há
uma busca desenfreada pelos primeiros lugares, infelizmente, até dentro das
igrejas! Dois mil anos se passaram e a gente ainda não entendeu que Jesus veio
para servir e não para ser servido.
A Igreja, pensada por Cristo deve ser uma Igreja servidora,
uma Igreja do lava-pés. Esse é um grande desafio, pois sempre temos a tentação
de buscar a glória e os aplausos. Nem em pensamento queremos ocupar os últimos
lugares! O desejo da mãe dos filhos de Zebedeu ainda é o desejo de grande parte
de todos nós.
Imagem de mohamed Hassan por Pixabay
Éa ganância do ter,mas sem sofrimento e limpando o caminho. Que Deus nos livra do caminho destes. Tudo o que temos fica,e o que somos nos acompanha.
ResponderExcluir"Dois mil anos se passaram e a gente ainda não entendeu que Jesus veio para servir e não para ser servido".Frase que devemos repetir, repetir, repetir até gravar no nosso coração" e depois agir como Jesus. Padre Gabriel chegaremos lá???
ResponderExcluirInfelizmente pouca coisa mudou de lá pra cá..
ResponderExcluirInfelizmente padre Gabriel o mundo ainda não entendeu que Jesus veio, nos ensinou continua ensinando e servindo todos nós, pq ele nós ama.
ResponderExcluirBom dia padre já li essa reflexão mais de duas vezes e vi que esta mãe é ambiciosa em pedir a Jesus que seus filhos se sentassem nos primeiros lugares no céu
ResponderExcluirHumildemente, o Senhor se põe como servidor, Ele vem nos ensinar, Ele vem lavar os pés da humanidade, aí está o que o Senhor quer falar conosco e nos pede que demos continuidade a esta dinâmica.
ResponderExcluirÉ infelizmente a dois mil anos a falta de amor ainda está maior misericórdia
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