Santo Estêvão, rogai por nós!

  O livro dos Atos dos Apóstolos (At 7,51 – 8,1) nos relata o episódio da morte de Santo Estêvão. Ao ler tal passagem, não podemos deixar de...

 


O livro dos Atos dos Apóstolos (At 7,51 – 8,1) nos relata o episódio da morte de Santo Estêvão. Ao ler tal passagem, não podemos deixar de refletir sobre um conjunto de situações incluindo as consequências do fanatismo.   Na cena do apedrejamento, percebemos uma verdadeira explosão de fanatismo desencadeada por mentiras e falsas acusações a seu respeito.

O fanático deixa de pensar com a própria cabeça para pensar com a cabeça de outros. Estêvão foi acusado, falsamente, de desrespeito à Lei (Lei que ele afirmou ter sido dada pelos anjos...) e lugares santos. Após isso, foi arrastado por uma multidão enfurecida e sedenta de sangue para ser morto, sem julgamento, fora dos muros da cidade de Jerusalém. Julgamento pra quê, se a sentença já estava anunciada? Segundo a “opinião pública” tratava-se de um herege e blasfemo e, como tal, deveria morrer.  Os homens da lei também estavam no local e nada fizeram para impedir a chacina. Eles eram o alvo das críticas de Estêvão. Com a morte dele ficariam livres de muitos incômodos...

O fanatismo é um mal do qual a humanidade nunca se livrou. Recordo-me de um caso que poderia ilustrar melhor esse texto. Ele aconteceu, faz alguns anos, no interior de  São Paulo. Uma mulher foi morta por populares, ao ser confundida com outra,  acusada de sequestrar crianças para rituais de magia. Na verdade, ninguém conhecia a tal sequestradora de crianças a não ser por um retrato falado e postado na internet. A vítima da violência foi confundida com essa mulher e assassinada de forma cruel por um grupo de fanáticos. No desejo de fazer justiça com as próprias mãos a turma cometeu uma terrível injustiça: Tiraram a vida de uma mãe de família inocente! Como reparar um dano assim?

O mesmo fanatismo que levou Estêvão à lapidação, hoje pode ser potencializado pelas “Fake News”.  Uma notícia falsa publicada nas redes sociais pode causar danos irreparáveis às vitimas. Pior ainda, quando isso é feito, propositadamente, por grupos poderosos a serviço do Estado ou de outras organizações. Santo Estêvão foi vítima das “Fake News” daquela época e, por causa delas, perdeu a vida.  Sua morte, no entanto, propiciou novos nascimentos. O seu sangue irrigou a terra de onde brotariam as sementes de novos cristãos e, também, de novos mártires. O Apóstolo Paulo, por exemplo, citado duas vezes no texto mencionado acima,  foi uma dessas sementes. A morte de Estêvão, ainda na flor da idade, certamente mexeu muito com suas convicções, afinal, ninguém se oferece à morte gratuitamente. Estêvão só foi capaz disso, por estar  cheio de Deus.

Por ser cidadão romano, não sei se Paulo poderia ter intervindo naquela chacina. Mas, seja como for, sua presença no local do crime parece denunciar sua aprovação do ocorrido. É bom lembrar-se  de que, antes de sua conversão ao Cristianismo, Paulo era tão fanático quanto aos outros...

Depois de Jesus foi Estêvão, quem inaugurou uma longa estrada, na qual, milhares de outros mártires perderam suas vidas. Nessa estrada foram mortos pela fé, homens mulheres e crianças. Uma verdadeira multidão de pessoas “lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do cordeiro”.  No discurso que pronunciou antes da morte, Estêvão denunciou as injustiças das autoridades de Israel e mostrou a incoerência das mesmas. Cheio do Espírito Santo  previu a glória de Deus enquanto as autoridades tampavam os ouvidos e avançavam, enfurecidas, contra ele.  Tapar os ouvidos foi o gesto externo de quem já havia fechado o coração.  Por causa disso, Estêvão não pode contar com um julgamento, mas enfrentou um linchamento com anuência de quem deveria ser promotor do direito e da justiça. Que Santo Estêvão nos proteja dos fanáticos que, ainda hoje, são capazes de matar, sem julgamento, pessoas inocentes...

Imagem de ❤️A life without animals is not worth living❤️ por Pixabay 

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  1. O sangue dos mártires é semente para novos cristãos. Santo Estévão, rogai por nós!

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  2. Ainda hoje clamar por justiça é antes de tudo ter a vida ameaça. Num mundo onde a justiça dos homens so é útil para quem tem dinheiro. Mas cristão de verdade não se deve calar

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  3. "..Que Santo Estêvão nos proteja dos fanáticos que, ainda hoje, são capazes de matar, sem julgamento, pessoas inocentes.."

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