Trabalhar cantando
A música tem uma capacidade elástica para se adaptar aos diversos momentos de nossas vidas. Existem músicas apropriadas para tudo: Anivers...
A música tem uma capacidade elástica para se adaptar aos
diversos momentos de nossas vidas. Existem músicas apropriadas para tudo:
Aniversários, comemorações, colheitas e até velórios... Os cantos chamados “vissungos”(1),
por exemplo, constituem uma herança que recebemos dos escravos. Eles são cantos
de trabalhos que, normalmente, eram cantados durante os trabalhos nos canaviais
ou mineração. Cantar não deixa de ser celebração. A gente celebra (torna
célebre) diversas ocasiões alegres ou tristes.
Na vida de quem trabalha na lavoura, o momento da colheita costuma ser
marcado de grande alegria, pois, afinal, ele é o resultado de muito esforço e
muitos trabalhos.
Não existe nada que seja tão envolvente e que demande tantos
braços do que uma colheita. Em dia de colheita o clima é de festa e de alegria.
Quem planta tem esperança de colher um dia. Colheita é sinal de fartura e de esforço
recompensado. O contrário disso é tristeza e decepção, pois, não existe nada
pior para o agricultor do que perder a lavoura!
Certo dia, Jesus comparou o trabalho dos discípulos ao
trabalho dos ceifeiros. Provavelmente, inspirado pela visão de uma plantação de
trigo reclamou da falta de braços para a missão (Lc 10,1-12): “A messe é grande,
mas, os operários são poucos...” Essa
fala de Jesus, presente no Evangelho de Lucas me despertou muito para a vocação
ao sacerdotal. Mas, para atuar na
lavoura de Cristo, necessariamente, não precisa ser padre, deve pensar o
leitor. Olhe, eu lhe digo: Ser padre é até bem pouco para servir àquele que
doou por nós a própria vida! Nosso esforço comum, na verdade, deveria ser na
direção da santidade, independentemente de nossa vocação. Hoje, após quase 30
anos de padre, confesso que não me arrependi, sequer um minuto, de ter
renunciado a outras possibilidades de vida para ser padre.
Enquanto trabalhador da vinha do Senhor, sei que não sou
grandes coisas e tenho pouco a oferecer. Não tenho nem a dedicação nem o vigor
que gostaria, mas, ofereço o que posso: a fraqueza dos meus braços! No que
depender de mim, farei o possível para que os frutos da colheita não sejam
perdidos. Com relação a outros trabalhadores, nós que trabalhamos para Cristo
levamos grande vantagem: Ele paga sempre adiantado! Nosso trabalho já é
retribuição pelo pagamento. O preço que ele pagou foi bem caro, foi o preço do
seu sangue derramado na cruz!
Quem trabalha na lavoura de Cristo deve trabalhar cantando.
Esse trabalho exige disposição para a fraternidade e partilha. Ele demanda
esforço coletivo. Caso contrário, os frutos se perdem na terra. Nesse labor
cada um usa as ferramentas conforme suas possibilidades. Ao sentir o cheiro dos
frutos maduros os trabalhadores cantam de alegria. Lá do céu, os anjos cantam também por verem cantar os homens na lavoura de Cristo.
(1)
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http://ggpadre.blogspot.com/2019/09/vissungos.html
Lindo texto adorei
ResponderExcluirTudo a ver comigo adoro trabalhar cantando
Obs vc e um padre nota mil
Linda reflexão!!! O cantar demonstra alegria e esta é fruto do Espírito Santo.Fico com esta fala que me toca muito:" Nosso esforço comum, na verdade, deveria ser na direção da santidade, independentemente de nossa vocação." Precisamos trabalhar muito para para isso e não é fácil.
ResponderExcluirQuem canta os males espanta...
ResponderExcluirGosto de cantar porém não tenho a voz nada boa por isso prefiro trabalhar rezando
ResponderExcluirPadre Geraldo que coisa mais linda amei ó que ó senhor falou é tudo verdade desde dê criança rezamos ó terço dos os dias ando com um no bolso adoro fazer minhas coisas cantando música católica e só não perco missa só não Leio Leitura na Igreja Padre Geraldo porque só tenho à quarta séria de grupo Leio muito mal e sou tímida tbm mais nasci católica e vou morrer católica amo esse Jesus que sofreu tanto por nós né Padre Geraldo. Abraços
ResponderExcluirTem uma musica do padre zezinho que diz que DEUS é cantor.
ResponderExcluirNão temos a capacidade de imaginar, entender talvez, o que é ser escravo.
No entanto os mesmos aliviavam suas dores e angustias, de não serem livres, donos de suas proprias vidas, com a musica.
Diz que "quem canta está orando duas vezes"
DEUS é cantor.
Padre Gabriel, o senhor é mesmo um presente de Deus!
ResponderExcluir..."Com relação a outros trabalhadores, nós que trabalhamos para Cristo levamos grande vantagem: Ele paga sempre adiantado! Nosso trabalho já é retribuição pelo pagamento. O preço que ele pagou foi bem caro, foi o preço do seu sangue derramado na cruz!
Quem trabalha na lavoura de Cristo deve trabalhar cantando. Esse trabalho exige disposição para a fraternidade e partilha. Ele demanda esforço coletivo"...
Que reflexão maravilhosa, quando servirmos ao Senhor a recompensa é certa, muitas graças recebidas.
ResponderExcluirFantástico!!!
ResponderExcluirMuito obrigada Padre Gabriel!
Maravilha reflexão
ResponderExcluirMaravilha
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