O racismo continua, apesar da guerra
Pensei intitular esse texto com a seguinte frase: “O racismo é pior do que a guerra”, mas, acho que nada pode ser comparado à guerra, tama...
Pensei intitular esse texto com a seguinte frase: “O racismo
é pior do que a guerra”, mas, acho que nada pode ser comparado à guerra,
tamanha a sua crueldade. Devo dizer, no entanto, que fiquei chocado ao
constatar, através dos noticiários, que
mesmo num ambiente de guerra o racismo permanecia na Ucrânia. Na
tentativa, desesperada, de sair daquele país após os ataques da Rússia, os
africanos confessaram ter sofrido com atitudes racistas de agentes e soldados
ucranianos. Nunca imaginei que esse tipo de atitude pudesse sobreviver entre as
vítimas de uma guerra, pois a desgraça, infelizmente, costuma unir a todos.
Como pode ser possível que mesmo sob a mira das armas russas, alguns ainda
discriminem outros por sua condição racial?
Pelo visto, nem mesmo a guerra com toda a sua brutalidade,
conseguiu eliminar o racismo de alguns ucranianos. Mas, essa não é só uma
característica de ucranianos. Tem chamado minha atenção a docilidade de muitos
países que abriram as portas aos fugitivos dessa guerra. Esse mesmo
comportamento a gente não percebe com relação aos africanos que,
constantemente, morrem no Mediterrâneo fugindo de seus países de origem. Para
esses as portas estão fechadas com arames farpados e cães violentos. Os Estados
Unidos que abriram os braços aos ucranianos construíram muros para não receber
os imigrantes latinos. O Brasil que deverá facilitar a emissão de vistos aos
ucranianos deveria ter a mesma simpatia para com os venezuelanos, haitianos e
outros povos. Recentemente, ficamos envergonhados com a brutalidade da morte de
um congolês no Rio de Janeiro. Como se
vê, parece que no mundo inteiro existem dois pesos e duas medidas. Para
constatar o quanto existe de racismo no Brasil basta dar uma olhada nas
estatísticas oficiais. Existem mais desempregos entre os negros do que os
brancos. Isso também é uma realidade em se tratado de escolaridade. E por aí se
vai...
Penso que, quem viveu num ambiente de guerra, nunca mais será
o mesmo. Como não mudar de mentalidade após vivenciar os horrores escancarados
pela guerra? Uma triste realidade, infelizmente, continua, apesar da guerra: O
racismo! Que ele continue do lado dos
vencedores já seria intolerável. Do lado dos perdedores, no entanto, é incompreensível.
Isso só nos mostra o quanto estamos distantes da construção de um mundo mais
humanizado e habitável para todos. Se nem mesmo a tragédia de uma guerra serviu
para unir os povos vitimados por ela, o que poderia provocar essa união?
Enquanto uns se
considerarem superiores aos outros não iremos superar a logística da guerra.
Quem disse que a cor da pele, a condição sexual ou social de alguém torna esse
alguém inferior aos demais? Existe um pano de fundo subjacente às guerras que pede
de nós uma séria reflexão: O racismo! Enquanto houver racismo e discriminação as
sementes da guerra estarão bem plantadas e cultivadas. Para acabar com as guerras é preciso acabar
com suas sementes. O racismo nos revela que estamos longe de construir um mundo pacífico e
fraterno para todos!
Foto em destaque: https://pixabay.com/pt/photos/racismo-protesto-fita-fechar-6891135/
..."Quem disse que a cor da pele, a condição sexual ou social de alguém torna esse alguém inferior aos demais?"..
ResponderExcluirMuito triste que ainda exista quem pense contrário!
Somos todos iguais.
Bom dia padre Gabriel é verdade ñ podemos discriminar o ser humano por nada pois Somos filho deum mesmo Pai e Ele nos criou a sua imagem e semelhança Náo sei porque tanta guerra o mundo precisa de paz!
ResponderExcluirBom dia Padre Gabriel concordo com o senhor que o racismo não deixa o mundo ser melhor afinal somos todos iguais aos olhos de Deus nosso criador
ResponderExcluirInfelizmente ainda deparamos muito com essa situação.Tenos que lutar para que o racismo tenha um fim.
ResponderExcluirLamentável ainda hoje, pessoas mantendo estes preconceitos na humanidade!
ResponderExcluirQndo vamos erradicar com tudo isso?
Que Deus nos dê sabedoria para lidar com tamanho desamor!!
Padre, a situação está desanimadora. Está pandemia rendeu outras pandemias, pandemia da frieza, pandemia da indiferença, pandemia da discriminação, pandemia do eu primeiro , o próximo que se dane. Preconceitos absurdos, se quiserem conhecer um pouco mais sobre preconceito conversem com algumas mães da APAE.As maes invisíveis que nunca ganharam troféu nenhum, pois não se encaixam nos moldes do curriculum impecável. Mas... . temos um Deus que se fez igual a nós.
ResponderExcluirBoa noite! Padre Geraldo Gabriel, infelizmente o racismo ainda é muito marcante no mundo, a cor da pele ainda é um fator determinante para que o ser humano seja discriminado em qual qualquer parte do mundo. É muito triste olhar para as favelas, para os lixões e ver que a grande maioria que moram ou frequentam esses lugares são os negros, não podemos falar que houve abolição para os negros, pq nuitoas ainda são escravos da pobreza, da falta de moradia e dignidade, na guerra não seria diferente. Infelizmente enquanto o ser humano não entender que todos somos filhos de Deus, que todos deveriam ter seus direitos respeitados isso não vai mudar, é revoltante os negros, os homossexuais, os índios serem tratados assim.
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