Cruz de Cristo: exemplo e remédio

O livro de orações “Liturgia das Horas”, relatando uma das conferências de Santo Tomás de Aquino, mostra-nos o que ele escreveu sobre as liç...


O livro de orações “Liturgia das Horas”, relatando uma das conferências de Santo Tomás de Aquino, mostra-nos o que ele escreveu sobre as lições que nos vem da Cruz de Cristo. Para ele, a Cruz de Cristo é remédio e exemplo. É remédio porque na Paixão de Cristo encontramos a cura de todos os males que nos sobrevêm por causa de nossos pecados. Mas, é, sobretudo, exemplo de caridade, paciência, humildade, obediência e desprezo pelos valores do mundo… 

As reflexões de Santo Tomás são muito interessantes para um mundo que detesta todas as formas de cruzes. Nossa sociedade privilegia o prazer e o gozo acima de qualquer valor. A palavra, renúncia, sacrifício, doação, ascese estão um pouco fora de moda. Buscamos a todo custo o “elixir da eterna juventude” ainda que soframos por isso. Quantos morrem em cirurgia de lipoaspiração ou redução de estômago, apenas por questões de vaidade. Nunca fizeram tanto sucesso as receitas de beleza, academias de ginásticas ou cirurgias plásticas. Alguns chegam à beira do ridículo e, na busca de solução milagrosa contra as rugas chegam a espalhar no rosto um raro creme de cocô de passarinhos…

A cruz é exemplo de caridade, pois “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”. Na cruz, Jesus não fez outra coisa senão oferecer-nos sua vida. Por amor é que Ele se entregou totalmente aceitando ser pendurado no madeiro. É também um grande exemplo de paciência. Foi levado à morte como ovelha ao matadouro e não abriu a boca. Isso nos desconcerta muito, pois basta-nos uma espinha inflamada para nos tirar do sério. Qualquer motivo leva-nos a reclamar de Deus e de todos.

A cruz de Cristo é para nós um grande exemplo de humildade. Deus mesmo aceitou ser julgado e condenado sob Pôncio Pilatos. O santo e justo aceitou o julgamento injusto dos pecadores. É também exemplo de obediência. Totalmente obediente ao Pai e ao seu desígnio, nem sempre fácil de compreender, Cristo o novo Adão, recria o homem na graça de Deus. A cruz é também exemplo de desprezo às coisas da terra. Despojado de suas vestes, escarnecido e ultrajado, Cristo não abriu a boca. Não buscou o prazer e satisfação pessoal. Seu prazer foi cumprir a vontade do Pai.

A “pedagogia da cruz” poderia ser muito útil para nós diante de certas situações de fragilidades ou becos sem saídas. Mas, o ideal é que não precisássemos chegar a esses pontos críticos da existência para aprender as lições da cruz. Um cristianismo “Light”, sem exigência, não combina em nada com o testemunho dos santos. Afinal, não existe cristão sem cruz. Ela, no entanto, não tem valor em si mesma. Cristo não sofreu porque gostasse de sofrer. Ele sofreu para mostrar-nos até onde pode chegar um Deus que nos ama. Foi por amor que ele aceitou a cruz. O amor foi mais forte do que a dor e a morte. Por amor podemos renunciar a nós mesmos pelo bem do outro. A cruz de Cristo nos ensina muitas coisas nesse sentido e pode ser remédio e exemplo para todos nós.

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