Jesus é a água viva

  A cena deveria ser muito triste. Doentes e aleijados se amontoavam sob o sol, escaldante, à espera de uma cura que nunca acontecia. A disp...

 


A cena deveria ser muito triste. Doentes e aleijados se amontoavam sob o sol, escaldante, à espera de uma cura que nunca acontecia. A disputa era cruel. Uns caiam sobre os outros e, não raro, se machucavam mais ainda. A piscina, famosa por suas lendas, não cabia todos nem mesmo se fosse multiplicada por quatro. Com certeza trazia um ranço das lendas de Epidauro, cidade grega de Asclépio, do deus da medicina…

A piscina de betesda (Jo 5, 1-16), situava-se em Jerusalém. Os doentes acreditavam que o primeiro deles que descesse às águas enquanto essas borbulhavam, ficaria curado. A cura seria consequência de um mergulho nas  águas borbulhantes da piscina depois que essas águas fossem agitadas por um anjo vaidoso que só aparecia de vez em quando. Mas, no meio de tanta gente, paralítica e enferma somente um felizardo poderia mergulhar na piscina. Faltava gente para ajudar os enfermos na difícil competição pelo mergulho curativo. Os cegos deveriam ser os mais prejudicados. Poderiam errar a direção do mergulho e, nesse caso, o prejuízo seria grande. Fazia 38 anos que um dos enfermos frequentava o lugar em busca de cura. Já andava muito desanimado e sem esperança de viver. Além do mais, a expectativa de vida naquela época girava em torno de 40 anos! Na verdade o enfermo passara a vida toda esperando aquela cura milagrosa.  Mas, o inesperado aconteceu. Eis que surgiu um “ilustre desconhecido” e cochichou-lhe ao ouvido: “Queres ficar curado”? Pergunta mais óbvia não poderia haver. É claro que queria. Aliás, era o que mais queria, mas, faltava-lhe uma mão amiga para empurrá-lo, rapidamente, em direção às águas borbulhantes da piscina. Acontece que ali, havia alguém maior do que a piscina, maior que o mar da galiléia, maior mesmo que o oceano… A ordem foi imediata: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”.

Jesus é a Água Viva que mata todas as sedes da humanidade. Não é uma piscina estéril e nem se parece ao mar morto. É a única água que nos sacia plenamente. Assim, aconteceu com a samaritana, uma mulher morta de sede à beira do poço. Sua sede terminou após o encontro com Jesus. A piscina de betesda e o poço de Jacó ficaram pequenos diante de Jesus. Ele derramou sobre o enfermo uma verdadeira cachoeira. A graça foi tanta que ele ficou tonto e nem guardou o nome daquele que o curara. Somente mais tarde pode reconhecê-lo no templo. Deus é assim. Não sabe economizar em generosidade. É amor em plenitude. A samaritana ficou tão atônita que parece ter deixado o balde para trás. Foi buscar água e encontrou-se com Deus. O enfermo de betesda, após 38 anos de busca inútil, foi encontrado pela graça de Deus.

A humanidade ainda hoje sofre quando busca matar a sede mais profunda de sentido para a existência em fontes estéreis. Para iludir as pessoas de nosso tempo existem muitas piscinas. Prometem maravilhas, mas costumam deixar as pessoas ainda mais tristes e frustradas! Somente uma pode curar. Por isso, é preciso deixar-se banhar por ela. Cristo é a água viva. Somente ele pode nos saciar plenamente. O que você está esperando?

Imagem de Anh Lê khắc por Pixabay 

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