O Chato
Ao desenvolver este tema, não terei a mínima pretensão científica. Mas, seria injusto com o leitor começá-lo de qualquer jeito. Por isso, ...

Ao desenvolver este tema, não terei a mínima pretensão
científica. Mas, seria injusto com o leitor começá-lo de qualquer jeito. Por
isso, vou oferecê-lo, algumas definições da palavra: “chato”.
No “Aurélio”, entre milhares de significados para a palavra,
podemos destacar: maçante, sem relevo, espécie de piolho, etc. Para enriquecer
o texto, procurei mais significados da palavra em outros lugares. Encontrei a
expressão: “Chato de Galochas”. Galochas é uma espécie de borracha usada para
cobrir as botas, para protegê-las da umidade. O chato de galochas, portanto, é
aquele que nunca fica resfriado. Para seu conforto, você terá de aturá-lo, eternamente!
Recentemente, o chato passou a ser chamado de “mala”. Alguns, sofisticando a expressão, o chamam de
“mala sem alça”. Imagine você carregando
uma coisa assim? A parte melhor da
viagem, é a hora que você se livra das malas. Mas, do chato, não tem como se
livrar tão facilmente. Ele, realmente parece um piolho desses que grudam no
corpo da vítima e causa mais ojeriza que uma mala sem alças.
Existe o “Chato que dói”. Esta espécie de chato, desperta na
pessoa uma dor repentina, em qualquer parte do corpo. Dizem que a dor de
barriga, comumente, alegada, faz livrar-se dele. Indo direto para o banheiro,
provavelmente, ele não poderá seguir a vítima. Mas, não se assuste se alguns quiserem
acompanhar a vítima até mesmo nesse lugar.
Existe ainda o chato portador de medalhas que só adquire tal
honraria após reconhecimento público.
Comumente é chamado “chato de carteirinha” apesar de, nem sempre, carregar tal
documento, o que dificulta a sua identificação. Nesse caso, é preciso observar
se as pessoas correm dos lugares aonde ele chega. A coisa funciona mais ou
menos assim: É como soltar uma bomba num bando de pombos. Não fica um sequer! Esse tipo de chato goza de privilégios, como o
de abrir exceções, por exemplo. Ainda que, o médico tenha fechado o expediente
ele costuma atendê-lo, temendo seu regresso.
O chato tem sempre um pretexto para se grudar em alguém.
Alguns chegam a segurar o braço da vítima, enquanto conversam, temendo que ela
fuja, repentinamente, de sua presença. Infelizmente, os chatos estão povoando
todos os lugares. Estão nas ruas, pontos de ônibus, elevadores e até mesmo nas
linhas telefônicas. Ao telefone ele inicia a conversa sempre assim: “Você sabe
quem está falando”? Agindo assim, ele
põe a vítima numa encruzilhada. Dizer não poderia cheirar a desconsideração,
dizer sim é uma aventura. Em seguida ele pode interrogar: então, qual é o meu
nome? Ele sempre supõe que será
conhecido apenas pela voz, entre milhares de outras vozes.
Chatice costuma ser um dom. Alguns não fazem nenhum esforço
para obtê-lo, simplesmente, o possuem. Usar perucas, óculos escuros e amuletos
não são garantias para se livrar dos chatos. Até porque existe o chato do
toque. Nesse caso, ele fala com as mãos e, enquanto conversa, apalpa todo o
corpo da vítima.
Nunca convide um chato para rezar com você. Pode ser que ele
goste! Além do mais, ele sabe que a
paciência de Deus é infinita e ainda que ela se esgotasse o Cristo está pregado
na cruz e impossibilitado de empreender fuga...
Dizem que o inferno, nada mais é, do que a presença de mil e
quinhentos chatos, revezando-se, constantemente, diante do condenado. Livra-me
Deus! Esse castigo parece doloroso demais, pois apenas um chato é suficiente
para fazer a gente pagar todos os pecados...
Não me canso de rir... Infelizmente é a mais pura verdade. Têm alguns que grudam mais do que goma se mascer... Valha-me Deus!
ResponderExcluirMuito engraçado. Me fez lembrar a quanto tempo não ouvia a palavra: chato de galocha ouvia muito dos meus tios. Mas realmente tem muitos que ultrapassa a sua chatice kkk
ResponderExcluirAdorei, como sempre seus textos são ótimos.
ResponderExcluirO chato de toque, AFF, este me irrita mais que os outros.
Pensando nas modalidades de chatos(as), escolhi a de pessoa que quer ser o centro de atenção o tempo todo. Lembro de uma que até gosto, mas detlha demais e chega ate beirar exagero em seus casos, ora interessantes ora nada ineressantes. Preferencialmente da familia. É o chamado papo ruim.
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