Preso ao mastro

Odisseu, herói da mitologia grega, pediu aos companheiros que o amarrassem ao mastro do navio, quando voltava ao lar, depois da guerra contr...

Odisseu, herói da mitologia grega, pediu aos companheiros que o amarrassem ao mastro do navio, quando voltava ao lar, depois da guerra contra Tróia, para que não fosse atraído pelo canto das sereias.  Já naquele tempo, as sereias cantavam tão bonito que podiam fazer qualquer herói desviar-se de sua rota e cair para sempre na perdição. Preso ao barco e com os ouvidos tampados, Odisseu conseguiu atravessar a região das sereias sem cair em suas armadilhas. Hoje, muitos não resistem às sereias que, em nosso tempo, tem outros nomes...

O navio não oferece a segurança da terra firme e não é lugar de moradia permanente. Serve para uma travessia. Sua função é boiar sobre as águas, nem sempre calmas. Nossa existência é como um barco. O oceano são as paixões. Elas tocam esse barco, ora pra um lado, ora para o outro. Às vezes, as ondas são fortes e parecem querer afunda a embarcação. Nessas horas precisamos de muita fé para não soltar o leme e não se encantar com cantos de sereias.

A Igreja Católica sempre foi representada pela imagem da barca. É a barca de Pedro. Mas, assim como enfrentamos desafios em nossa vida pessoal, a instituição também enfrenta todo tipo de intempéries. As tormentas e tempestades também existem e ameaçam levar ao fundo qualquer embarcação. Os remadores se esmorecem e alguns morrem de medo das ondas agitadas. O mar da vida também se enfurece e a noite parece comprida demais! O que fazer nessas horas?

Certa ocasião, os discípulos entraram com o barco mar adentro e Jesus ficou rezando na montanha (Mt 14, 22 – 36). Lá pelas três horas da madrugada o tempo fechou-se. O vento era contrário, e o mar se agitou. Os discípulos, amedrontados, não sabiam o que fazer até que um deles avistou uma figura humana envolta na penumbra e caminhando sobre as águas.  Para quem já estava no auge do desespero, um fantasma a mais, fazia pouca diferença!  Na hora do aperto confundiram  Jesus com um fantasma.  Uma voz mais sensata, no entanto, afirmou: É o Mestre!  Ao que Jesus respondeu: Não tenham medo, sou eu mesmo!  Naquela hora o medo foi desaparecendo dos seus corações e eles ganharam novo ânimo.  Pedro até se arriscou a caminhar também sobre as águas ao encontro de Jesus, mas sua fé foi pouca e ele começou a se afundar.  A mão de Cristo, no entanto, veio ao seu encontro salvando-o dos abismos do mar.

Para enfrentar os perigos da viagem e os desafios do mar precisamos contar sempre com Jesus. Os perigos estão do lado de fora e do lado de dentro de cada um de nós. Os desafios externos não faltam. Para viver temos que enfrentá-los de forma corajosa. Do lado de dentro também somos ameaçados pelas inseguranças, medos e ambições. Às vezes, é preciso uma vontade de ferro para não ouvir o canto das sereias... É preciso muita fé em Deus para não se perder com a embarcação e tudo no meio das noites...

A fé em Deus é a certeza que Ele nos acompanha e nos protege sempre. Quem tem fé sabe que nunca está só. Por isso, é capaz de enfrentar as dificuldades e atravessar com segurança as grandes ondas. Que venha o mar! Ele, com todo o seu tamanho, não assusta nem amedronta um verdadeiro capitão que se amarra, com sua tripulação, no mastro da fé que é Deus vivo e verdadeiro! 

 Imagem de Sharon Ang por Pixabay

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  1. Fé palavra pequena mas com um significado enorme.
    Que Deus aumente a nossa fé para não afundamos quando chegar as tempestades.

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