Quem já sentiu na pele compreende a dor do outro

Algumas pessoas, ao longo da história, sempre foram consideradas “malditas”. Mas, não deve ser nada confortável ser considerado assim.   O m...



Algumas pessoas, ao longo da história, sempre foram consideradas “malditas”. Mas, não deve ser nada confortável ser considerado assim.  O maldito é discriminado e rejeitado por todos e em muitos casos condenado à morte. O “maldito” mais famoso que já existiu, pasmem! – foi o próprio Jesus.  Sabem porquê?  Por causa do jeito que foi condenado à morte: Na cruz!  Naquele tempo esse tipo de morte era reservada aos “malditos”. Confira: Dt 2, 22-23.  Como compreender isso, se ele era inocente e nem tinha pecado?  A resposta é simples: Não conseguimos compreender, pois não é fácil compreender os caminhos de Deus!  Assumindo todos os nossos pecados e morrendo numa cruz ele nos salvou a todos. O seu sangue inocente, derramado sobre nós nos libertou de toda maldição.

No tempo de Jesus, e bem mesmo antes dele, o leproso era considerado “maldito”. Na verdade, qualquer doença de pele, ainda que não fosse lepra poderia leva-lo à exclusão da convivência social.  Vejamos o que nos diz a Bíblia sobre esse assunto:

O Senhor falou a Moisés e a Aarão, dizendo: «Quando um homem tiver na sua pele algum tumor, impigem ou mancha esbranquiçada, que possa transformar-se em chaga de lepra, devem levá-lo ao sacerdote Aarão ou a algum dos sacerdotes, seus filhos. O leproso com a doença declarada usará vestuário andrajoso e o cabelo em desalinho, cobrirá o rosto até ao bigode e gritará: ‘Impuro, impuro!’

Todo o tempo que lhe durar a lepra, deve considerar-se impuro e, sendo impuro, deverá morar à parte, fora do acampamento» (Levítico 13,1-2.44-46).

A lepra, naquele tempo, como se pode ver, era uma infecção grave, da qual era preciso preservar a comunidade. Por isso, uma vez identificado leproso, pelo sacerdote, a vítima deveria ser afastada da convivência de todos e deveria ser bem identificada para que ninguém se aproximasse dela. Não dava para imaginar o tamanho do sofrimento dessas pessoas! Só quem havia sentido, na pele, o peso desse castigo poderia compreender, como foi o caso de Jesus.

As colônias de leprosos se prolongaram ao longo do tempo e, infelizmente, chegaram até perto de nós.  Temos um grande santo na Igreja, considerado padroeiro dos leprosos, que deixou tudo para trabalhar junto deles, que viviam isolados num ilha do Havai, chamada “Molokai”. Estamos falando de São Damião de Molokai. No contato diário com os leprosos ele também contraiu a doença morrendo em 1889. Foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 2009. Assim como fez Jesus, que se aproximou do leproso sem excluí-lo, como fazia toda gente, naquele tempo, São Damião deixou todo conforto da Bélgica, sua terra natal, para doar a vida aos mais sofredores.

Jesus não partilhava da mentalidade do seu tempo. Por isso, aproximou-se do leproso e tocou nele, de forma carinhosa. Tocar no leproso era ficar impuro também e ser, igualmente, excluído da convivência social. Mas, Jesus não liga para isso e passa por cima de todas essas questões quando se trata de libertar uma pessoa de seu sofrimento. Vejamos no Evangelho de São Marcos:

Naquele tempo, veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes curar-me». Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo». No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo. Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem: «Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho». Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera, e assim, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora, em lugares desertos, e vinham ter com Ele de toda a parte - (Marcos 1,40-45).

Ao ver o sofrimento do leproso Jesus teve compaixão, isto é, teve as entranhas reviradas, e colocando-se no lugar dele o curou. Ter compaixão é isso: Colocar-se no lugar do outro. Mas, quem ainda não sentiu, na pele, a dor da exclusão talvez, tenha dificuldades de fazer isso. Nosso Deus tem sentimento e, por isso, sofre com o sofrimento dos seus filhos. Ainda bem. Caso contrário, estaríamos perdidos. Pense nisso, meu irmão. Pense nisso!

Foto: Luz do Sacrário. Arquivo pessoal


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  1. Só o amor, a misericórdia e a compaixao de Deus pode nos salvar de todas as nossas mazelas e pecados. Deixemo-nos ser tocados pela graça Divina!

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  2. Todos temos uma história de vida e na maioria das vezes pensamos que só somos as vítimas. Precisamos lembrar que somos vítimas e vilões e Deus sempre é conosco.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. É verdade, só quem já sentiu na pele pode imaginar a dor .
    Jesus,manso e humilde de coração fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

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  5. A maior prova de amor é doar a vida pelo irmão.

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