Refém das ambições desmedidas

 

Existem pessoas que, se pudessem, teriam o mundo inteiro só para elas.  Movidas pela ambição não medem as consequências de seus atos e atropelam todos os que representam barreiras em seus caminhos.  Nessa voracidade em possuir, muito mais do que precisam, não raro se tornam reféns do próprio egoísmo.

Certamente, todos se lembram do conto infantil chamado “Rapunzel”.  Pois é. Os pais dela queriam muito ter filhos mas, por alguma razão não conseguiam. Então, ficaram sabendo da existência de uma planta milagrosa, no quintal da vizinha, considerada uma bruxa, que poderia resolver o problema deles. Foi aí que tomaram a pior decisão: Roubar a planta! Acontece que a vizinha ficou sabendo e não deixou barato. Em pagamento pelo furto, exigiu que a menina fosse dada a ela tão logo nascesse.  O resto da história você já conhece.  A menina que nasceu foi chamada “Rapunzel” e, na posse da bruxa, foi trancafiada numa torre sem escadas ou portas. No alto da torre só havia janelas.  O único acesso ao “cárcere privado” eram os cabelos da menina que formavam longas tranças por meio das quais a bruxa subia alcançando a janela. Ainda bem que, naquele tempo imaginário, havia um príncipe que salvou a prisioneira com seu amor. Na vida real existem sapos demais e príncipes de menos!  Fosse hoje, talvez Rapunzel morreria de depressão no seu isolamento social.

Observemos o paradoxo retratado pela história: O maior sonho dos pais era ter uma filha mas, escolheram o caminho errado e, por isso, viram esse sonho escapar entre os dedos. De fato, os fins não justificam os meios! Não devemos lançar mão de qualquer meio para alcançar nossos objetivos. Não adiantou aos pais da história ter uma linda  filha para perdê-la, tão logo, após nascida!

O conto de Rapunzel poderia ilustrar muitas situações atuais. Não são poucas as pessoas bem sucedidas nos negócios e fracassadas em outras dimensões da vida. Para satisfazer as ambições alguns se jogam em verdadeiros barcos furados e só no meio da travessia percebem a água na embarcação. Aí já é tarde!  Conhece casos assim?

Imagem de Mehmet Efendi por Pixabay