A outra margem
No Evangelho de São Marcos (Mc 4, 35 – 41), Jesus disse aos discípulos, ao cair da tarde: - Vamos para a outra margem! Eles despediram a m...

No Evangelho de São Marcos (Mc 4, 35 – 41), Jesus disse aos
discípulos, ao cair da tarde: - Vamos
para a outra margem! Eles despediram a multidão e iniciaram a travessia.
Pensando bem, a nossa vida é uma longa travessia. Deixamos de ser crianças, de ser
jovens, deixamos os pais, a velhice e a própria vida...
Quem se dispõe em buscar a outra margem está sujeito à
aventura pois, para isso é preciso deixar a “zona de conforto” com a qual
estamos acostumados. Do lado de cá temos o nosso mundo conhecido, sem grandes
surpresas ou novidades. Do lado de lá, o mundo desconhecido, o mistério a ser
desvendado, as surpresas, os perigos e encantamentos. Numa travessia tudo pode
acontecer: Tempestades, desafios e ameaças.
O escritor mineiro, Guimarães Rosa, para quem o conceito “travessia”
é muito caro, chegou a afirmar, pela boca de seu personagem Riobaldo: "O real não está no início nem no fim,
ele se mostra pra gente é no meio da travessia..." Em outro conto ele
fala-nos, de um pai de família que deixou tudo para buscar uma “terceira margem
do rio”. A terceira margem é a transcendência, cuja busca, nos causa inquietamentos
e apreensões.
Quem permanece, apenas, na margem de cá, jamais saberá o que
acontece do outro lado. A barca dos Apóstolos é imagem da Igreja, cuja missão é
conduzir os homens para o outro lado, onde Deus habita. Nessa viagem contamos
com muitos tipos de passageiros. Alguns, são medrosos, outros corajosos; alguns
torcem pelo sucesso da viagem, outros torcem contra, mesmo estando na única
embarcação. Existem, até mesmo, aqueles que tentam furar a barca sem perceber
que eles também afundarão junto aos demais passageiros! Ainda bem que, nessa
barca, existe um passageiro ilustre que, mesmo quando parece dormir está sempre
vigilante, pois, “não dorme e nem cochila
o guarda de Israel” (Sl 120).
A Igreja é missionária por natureza e, sendo assim, estará
sempre em saída, mesmo sabendo que, nessa missão, acaba correndo alguns riscos.
Jesus também correu risco quando saiu da margem de lá e veio morar conosco.
Acabou sendo morto na cruz, mas, ressuscitando, ao terceiro dia, voltou à casa
do Pai, onde nos espera de braços abertos. Seu exemplo nos inspira na missão.
Ele deu-nos a sua vida e ensinou-nos que a vida só tem sentido quando é dom
para os outros.
Eu e você estamos numa travessia e não sei quanto tempo nos
resta nessa viagem. O importante é viver bem, um dia de cada vez, sem perder de
vista o nosso horizonte. “Com os olhos fitos em Jesus”, seguimos com fé, mesmo
quando o tempo nos pareça ameaçador.
Foto: Arquivo pessoal
Deus seja louvado!
ResponderExcluirDeus seja louvado!
ResponderExcluirQue ótimo o vídeo no final!
ResponderExcluirÉ na travessia, mesmo que soprem ventos contrários, que descobrimos a beleza de viver...
ResponderExcluirVivamos com entusiasmo e fé os desígnios de Deus.
ResponderExcluirVerdade nossa vida parece uma viagem com um destino final, mas muito desembarcam antes.
ResponderExcluirPara quem fica até o fim tem que se despedir de muitos. O melhor dessa viagem é quando sabemos usufruir, aproveitando as paisagens simbolicamente representada pelo que se apresenta na nossa vida ou seja seus altos e baixos.
Que o Deus todo poderoso, toque os corações mais endurecidos
ResponderExcluirRica e profunda reflexão do Pe Geraldo Gabriel. É preciso enfrentar os desafios e aventura comprometidos com a fe e Amor. Assumindo o compromisso, podemos desde ja celebrar a alegria da Vitória
ResponderExcluirComo nós precisamos do senhor tem dia que agente faz isso mesmo
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