Oração dos sete pedidos

 O número sete sempre foi enigmático. Na Bíblia é considerado um número perfeito. Podemos fazer com ele inúmeras combinações. Talvez, a mais interessante é 3+ 4. Três, referindo-se a Deus, que é Trinitário e quatro, referindo-se, à totalidade do mundo (norte, sul, leste, oeste).  Nesse caso, o número sete, pode representar a totalidade do criador e todo o criado.

Certo dia, após ver Jesus rezando, longamente, os discípulos pediram-lhe que lhes ensinasse uma fórmula de oração.  Jesus não pensou duas vezes. Ensinou-lhes, uma oração curta com sete pedidos. Os três primeiros, dizem respeito a Deus e à sua glória.  Os quatro restantes, falam do homem mesmo. Vale dizer que esse comentário aplica-se ao que foi registrado por São Mateus (Mt 6, 7 - 15), pois de acordo com São Lucas, a oração é ainda mais curta (Lc 11, 1 - 4). Aqui estamos comentando a versão de Mateus. 

Os primeiros pedidos são esses:

1º – Que o nome de Deus seja conhecido e amado;

2º – Que o Reino de Deus seja, de fato, realidade para nós;

3º – Que a santa vontade de Deus seja cumprida.

Sendo assim, a primeira parte da oração ficou desse jeito:

Pai Nosso, que estais no Céu,

Santificado seja o Vosso Nome.

Venha a nós o Vosso Reino.

Seja feita a Vossa Vontade,

Assim na terra como no Céu.

Mas, a oração não terminou aí. Faltavam os quatro pedidos que dissessem respeito a nós. Por isso, Jesus continuou:

4º – Que não nos falte o pãozinho de cada dia;

5º – Que o perdão fraterno seja realidade entre nós;

6º – Que as tentações não nos arrastem para os buracos;

7º – Que sejamos livres do mal de perder a fé.

Após acrescentar a  segunda parte a oração completa ficou assim:

Pai Nosso, que estais no Céu,

Santificado seja o Vosso Nome.

Venha a nós o Vosso Reino.

Seja feita a Vossa Vontade,

Assim na terra como no Céu.

O Pão-Nosso de cada dia nos daí hoje.

Perdoai-nos as nossas ofensas.

Assim como nós perdoamos a

Quem nos tem ofendido.

E não nos deixeis cair em tentação.

Mas livrai-nos do Mal.

Após ensinar essa oração aos discípulos, Jesus calou-se e não disse mais nada. E precisava? Nós, é que gostamos de “enfeitar o pavão" e "dourar a pílula".. Jesus era resumido e não bordava muito as coisas. Nós escrevemos verdadeiros tratados quando deveríamos tratar apenas de praticar o que Ele nos ensinou. Falamos demais e fazemos de menos. Buscamos no fim do mundo a solução para nossos problemas quando bastaria um Pai nosso, bem rezado, para mudar toda nossa vida. Pense nisso! 

Imagem de Ejup Lila por Pixabay