Presença de Deus
Aquele vento não era um vento comum. Era Deus que me agarrava pelo colarinho e me punha a rezar. Deus é assim: Ainda que eu não o encontre...
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Aquele vento não era um vento comum. Era Deus que me agarrava
pelo colarinho e me punha a rezar. Deus é assim: Ainda que eu não o encontre,
Ele me acha primeiro, me segura, pelas entranhas, me emudece, cega e, só depois
disso, me comunica seus segredos. Diante dele me calo, me entrego e me rendo.
Deus me transforma. Aliás, “trans-forma” tudo! A grama vira
tapete, o ar vira perfume e o escuro, lume. Ele é força de mil vulcões, mas, é
também silêncio, calmaria e cheiro de estrebaria... Dele me sinto instrumento e posso sentir a
suavidade de seus aromas. Sua presença de
alfazema, benfazeja, muda tudo em meu entorno!
Deus é tudo! Penso
nele como um peixe no aquário é capaz de pensar sobre a água que o envolve. A
nuvem que flutua no balanço do vento, o escuro das noites ou o brilho do sol são
apenas rastros seus. Difícil é não
percebê-lo e impossível é retê-lo.
Escrever algo sobre Deus é gaguejar inutilmente, pois, Ele sempre se
escapa aos meandros da língua com seus parcos recursos.
Não quero ser um “falador de Deus”, no máximo seu adorador!
Dele quero ser espelho e refletir a sua luz ao caminhante cansado. Com o seu brilho,
aliviar os doentes; aos que estão terminando a vida, transmitir a tranquilidade
das nascentes; aos que acabam de nascer, a intensidade das cachoeiras.
Deus é graça, é a graça da chuva que, em fios de prata, se
desprendem do céu como a brindar suas núpcias com a terra. E a terra fica
dourada e prateada com flores e frutos de toda espécie. Deus é tudo! É
arrebentação de vida que explode em cada canto num canto singular. É poder mais
forte que a morte. Nele a morte se dissolve e adormece cansada, apenas para dar
mais uma chance à vida!