Ideal de vida cristã

Não seria novidade alguma dizer que os cristãos costumam andar na contramão de direção do mundo. O mundo realça as aparências. Para os ...


Não seria novidade alguma dizer que os cristãos costumam andar na contramão de direção do mundo. O mundo realça as aparências. Para os cristãos elas deveriam contar pouco. O mundo realça o consumismo. Os cristãos deveriam levar uma vida regrada e sem excessos. O mundo realça o egoísmo. Os cristãos deveriam valorizar o altruísmo. Vejam, se isso não é andar ao arrepio da correnteza? Bem que dizia Jesus: “eles não são do mundo”. Daí podemos até questionar a qualidade de nosso cristianismo. Bastaria analisar o quanto estamos ajustados, ou não, à lógica do mundo.

No evangelho de S. Mateus (Capítulo 06), tratando da esmola, oração jejum Jesus orienta-nos sobre essas práticas:

- Esmola: “Que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita.”

- Oração: “Quando orares entra no teu quarto e fecha a porta, e ora ao teu pai em segredo.”

- Jejum: “Quando jejuares, perfuma tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerás aos homens que jejuas…”

Ao falar sobre esse “tripé” da vida cristã, Jesus criticava o farisaísmo e egoísmos de seu tempo. Mas, a mensagem é profundamente atual. Vivemos ainda hoje, situações bem parecidas com aquela do tempo de Jesus.

Algumas pessoas ou grupo “gostam” de ajudar os pobres. Mas, quando doam um computador usado, convocam um batalhão de fotógrafos e repórteres para registrarem a boa ação. Os fariseus do tempo de Jesus perderiam muito para esse time. Essa postura marqueteira não considera o outro. Fazem uso, politicamente correto, do outro para colocar na vitrine o sujeito da ação.

Quanto à oração nossa realidade não é diferente. Alguns gostam de rezar, preferencialmente, quando as câmeras são ligadas…

Quanto ao jejum, como seria bom, se aprendêssemos a jejuar de algumas coisas! O planeta agradeceria se limitássemos os descartáveis! Seu pulmão agradeceria se você limitasse o fumo e sua família agradeceria se você limitasse as novelas…

Quem procura por Deus, de verdade, não precisa de aparências e publicidade. São João da Cruz dizia, referindo-se ao ideal da vida cristã: “Esquecimento do criado, memória do Criador; atenção ao interior, e estar-se amando ao Amado”(Poesia 15). À partir dessa frase podemos avaliar  a nós mesmos e a distância que nos separa do ideal cristão.

Será que consigo esquecer o criado, que sou eu, e lembrar-me, sobretudo do Criador, que é Deus,   ou será que faço exatamente o contrário?

Será que dou mais atenção ao interior ou procuro, a todo custo, realçar as aparências?

Será que estou amando àquele que me ama e deu sua vida por mim?

Ser cristão, de verdade, não é fácil. Não basta ser apenas um número ou cristão de ocasião. Ser cristão é procurar adotar para si mesmo as medidas de Cristo, como por exemplo, perdoar setenta vezes sete. As medidas de Cristo, por maiores que sejam, são horizontes ideais que poderão orientar nossa vida e nossas escolhas. Avalie a si mesmo. Mas, não se desanime. Não somos perfeitos, mas podemos perseguir ainda mais esse ideal.

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