Felizes os seios que te amamentaram!

  Dizer que Maria, a mãe de Jesus, era feliz por tê-lo, como filho, era algo obvio. Qual mãe não fica radiante diante do seu filho? Ainda ma...

 


Dizer que Maria, a mãe de Jesus, era feliz por tê-lo, como filho, era algo obvio. Qual mãe não fica radiante diante do seu filho? Ainda mais, em se tratando de alguém como Jesus. Ele nunca lhe deu motivos para preocupações e, apenas uma vez, quando parecia perdido na cidade, estava no Templo conversando com os doutores da lei. Como boa mãe, Maria lembrava-se de todos os detalhes da infância daquele menino. Lembrava-se de quando ele começou a falar,  a dar os primeiros passinhos, e até mesmo de alguma pequena travessura que fez. Às vezes, conversava baixinho, com José sobre o futuro dele. Gostava de vê-lo, com os cabelos molhados e a boca meio lambuzada quando comia doce. Durante as noites contemplava, extasiada o seu corpinho delicado sobre o berço.

José falava pouco. Mas, era um grande observador. Assim como Maria, também guardava muita coisa no fundo do coração. Procurava entender os recados de Deus, ainda que eles lhe viessem através dos sonhos. Gostava de ver o menino brincando com suas ferramentas na oficina. Mas, ficava gelado ao vê-lo com uma ferramenta cortante. Ao anoitecer embalava o menino nos braços para que ele pegasse no sono. Desejava dormir com ele junto ao peito só para não ter que se separar do filho. Qualquer coisa que pudesse colocar o menino em perigo lhe roubava a paz e o sono.

Nesse ambiente de amor o Menino Jesus cresceu e conquistou a simpatia dos seus. Todos o admiravam pela educação recebida, pelo espírito de oração e pela caridade com o próximo que possuía.   Um dia, falando à multidão, inspirado como sempre uma mulher desabafou em voz alta: “Feliz o ventre que te trouxe ao mundo e os seios que te amamentaram!” Lc 11,27.  A fala dessa mulher foi espontânea. Após ouvir o que Jesus dizia ela não conteve sua admiração por ele e manifestou-a, naturalmente, diante de todos. Muitos, certamente, olharam para ela e reprovaram seu gesto espontâneo demais. A gente costuma ser muito contido na hora de reconhecer as qualidades alheias. Com os defeitos do outro é que gostamos de fazer estardalhaços!

Jesus, certamente, ficou feliz com o elogio. Apenas fez, publicamente, uma observação. Sua mãe era feliz porque, antes mesmo de tê-lo concebido, já havia concebida a Palavra de Deus em seu coração. O coração de Maria era morada de Deus antes mesmo que Jesus viesse ao seu ventre. E qualquer um que observe a Palavra de Deus pode ter a mesma felicidade de Maria. O importante não  era apenas ser mãe, mas ser discípula. Discípulo pode ser todo aquele que ouve e procura observar os ensinamentos dessa palavra. Dessa maneira Jesus amplia o seu grupo de pertença. Seu pai, mãe e irmãos não são apenas unidos pelos laços de sangue, mas pelos laços da fé.

Por ser ouvinte assídua da Palavra de Deus a felicidade de Maria já era realidade mesmo antes de sua concepção virginal. Era toda de Deus, sem reservas. E cada um de nós pode se considerar irmão de Jesus se observar os seus ensinamentos.

Para seguir Jesus um entusiasmo passageiro não basta. O Evangelho não nos diz se a dona do elogio passou da empolgação ao seguimento. De “ôba ôba”, o mundo está cheio! Naquele dia, o clima estava bom e Jesus falou bonito. Mas, quando o “tempo fechou” pro seu lado, muitos o abandonaram. Faltou-lhes perseverança, pois na hora do aperto, buscaram uma rota de fuga.

Finalmente, podemos nos questionar: Até onde vai a nossa perseverança em observar a Palavra de Deus? Minha fé é sólida ou fica apenas na empolgação passageira? Sou perseverante nos ensinamentos de Jesus ou sou uma “folha de bananeira” que vai  na direção dos ventos?  Pense nisso!

Imagem de Ulrike Leone por Pixabay 

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  1. Ser mãe é uma dádiva de Deus, somente depois de sermos pais reconhecemos e compreendemos as preocupações de nossos pais. Sejamos perseverantes em nossa missão. Obrigada pela reflexão.

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  2. Muitos questiona também como viveu Cristo até os trinta anos. Eu penso Ele viveu como filho de Maria e do Zé. Sua educação era admirável. Maria e José era tão felizes com seu filho e filho de Deus. Que Deus nos ajude a educar nossos filhos como Jesus foi educado. Deus abençoe

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  3. Podemos dizer que Maria foi a primeira verdadeiramente cristã!
    Parabéns, padre!

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