O Dedo de Deus

  A vida e a atuação de Jesus sempre geraram polêmica. Cada um analisava sua mensagem com os filtros de seus preconceitos. Mesmo quando ele ...

 


A vida e a atuação de Jesus sempre geraram polêmica. Cada um analisava sua mensagem com os filtros de seus preconceitos. Mesmo quando ele fazia as coisas mais lindas alguém sempre arranjava um jeito de desqualificá-lo: “Ele só faz isso, por ser o chefe dos demônios”- Lc 11, 15-26.  Como alguém poderia acusá-lo, assim, ciente que ele só fizera o bem?  Não adianta! Para quem não quer acreditar nada é suficiente. Ainda que ele fizesse um boi voar seria pouco! Para aqueles que têm o dom de acreditar nenhuma prova lhes é necessária. A fé é um dom de Deus. Nem todos cultivam esse dom recebido...

O texto de São Lucas ( passagem paralela em Mt 12, 22 ss) nos mostra que, após a expulsão de um demônio mudo, a vítima começou a falar. Após esse fato, o evangelista anota duas reações dos presentes: Maravilhamento e incredulidade! As Multidões ficaram admiradas! Mas, alguns disseram que ele expulsava o demônio pelo poder de belzebu, o príncipe dos demônios. Um terceiro grupo ainda pedia-lhe, para tentá-lo, um sinal do céu. Fosse hoje, talvez,  esse terceiro grupo filmasse os sinais “espetaculares” daquele novo “guru” para postar nas redes sociais...

Após a polêmica gerada, Jesus fez o seu comentário: “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês”! A expressão “dedo de Deus” é muito rica de sentido e, por diversas vezes, foi empregada na Sagrada Escritura.

No livro do Êxodo (Ex 8,15), quando Moisés, se esforçava para tirar o povo da escravidão do Egito, Deus lhe disse: “Diga a Aarão que estenda a vara e toque o pó do chão, e ele se transformará em mosquitos por todo o território Egípcio...”.  E assim aconteceu! Os magos do Faraó então disseram: É o dedo de Deus! Reconheceram assim, um poder maior do que o deles. Os magos, que eram pagãos, demonstraram mais reverência a Deus, do que uma parte dos conterrâneos de Jesus!

Foi com seu dedo que Deus riscou a pedra escrevendo nela a sua lei: “Quando Javé terminou de falar com Moisés no Monte Sinai, entregou-lhe, as duas tábuas da Aliança; eram tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus” – Êx 31, 18. A Lei de Deus, que serviu para guiar os Hebreus, ao longo dos séculos, não poderia mesmo ter sido escrita sobre a areia. Por isso, foi talhada na pedra com o dedo de Deus.

Das mãos de Deus só podemos esperar coisas bonitas. Deslumbrado pela grandiosidade da criação divina já cantava o salmista: Quando contemplo o céu, obra de teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste... O que é o homem para dele te lembrares? O ser humano, pra que o visites? – Sl 08.

Jesus é o grande restaurador da maior obra de arte do Pai, ou seja, o homem. Estragado pelo pecado esse homem, que é imagem e semelhança de Deus, foi “recriado” pela graça divina. Essa “recriação” permite ao homem recuperar sua forma original, ou seja, o estado de graça em que foi criado. Por isso, é muito significativo o gesto de tocar, frequentemente, usado por Jesus. Ele tocou no leproso, nos doentes, nos pobres... Em uma de suas curas ele colocou o dedo nos ouvidos do surdo para abrir-lhe a audição; fez saliva e a colocou em sua boca para que ele pudesse falar. Seus gestos se parecem mesmo aos gestos de um artista que cria e restaura o que foi estragado...

Peçamos a Jesus que ele venha tocar-nos. O seu toque é curativo e regenerador. Com apenas um de seus dedos ele pode mudar nossa realidade que, atualmente, está tão sofrida. Venha, Senhor! Não espere mais. Precisamos muito da força de seu braço!

Imagem de WaSZI por Pixabay 

 

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