Pedi e recebereis!

 

Aqui, em Pará de Minas, aconteceu, certa vez, um fato que me servirá para a essa reflexão.  Como já faz algum tempo, não me lembro dos detalhes e nem citarei nomes dos envolvidos. Ao que parece, o acidente de trânsito aconteceu numa madrugada ou nas primeiras horas da manhã. Sei que o pai levantou-se para socorrer o filho, cujo carro dera problema na estrada. Enquanto o pai consertava o carro do filho, foi atingido por outro veículo e perdeu a vida em pleno asfalto. Morreu tentando tirar o filho de uma dificuldade!

Ainda recentemente, soube da morte de um sargento da polícia de Minas Gerais, que morreu afogado, em Praia Grande, Arraial do Cabo- RJ, tentando salvar o próprio filho, de nove anos, de um afogamento. Enquanto lutava para salvar o filho ele acabou sendo arrastado pelas ondas e perdeu a vida.

Os dois fatos narrados me servirão para falar do amor de Deus. No Evangelho de São Lucas (Lc 11, 5-13), Jesus nos diz: Qual pai entre vós que, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra no lugar do peixe? Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Jesus, o tempo todo, nos faz lembrar que Deus é pai. Mas, não é um pai qualquer. É um pai amoroso que não dá escorpião para os filhos...

Os dois pais mencionados acima, por maneiras diferentes, deram a vida pelos filhos. E não existe maior prova de amor do que doar  a vida... Deus é perfeito no seu amor. Por isso, está sempre disposto a nos ouvir e a nos atender. Aqui, no entanto, devemos fazer um questionamento: - Será que sabemos pedir as coisas certas? As coisas certas são aquelas que irão contribuir para a nossa salvação. Nossos pedidos, muitas vezes, são interesseiros e egoístas. Talvez, por isso, nossas orações não são ouvidas, pois Deus não quer a nossa perdição e sim a nossa salvação. Outras vezes, pedimos coisas. Coisas que só servirão para aumentar o nosso egoísmo e nossas vaidades. Nesse caso, Deus certamente, não irá nos atender. Penso que deveríamos pedir a Deus uma única coisa: Que sejamos cada vez mais parecidos com Jesus! Em outras palavras, devemos pedir o nosso crescimento na santidade! 

Os dois pais mencionados no começo dessa reflexão não estavam longe de Deus. Colocaram a vida dos filhos acima das próprias vidas. Só é capaz de fazer isso, quem ama de verdade! E quem ama de verdade, com certeza, está perto de Deus. Mas, existem casos de amor ainda mais puros. São Maximiliano Kolbe, por exemplo, deu própria vida, em troca da vida de um pai de família num campo de concentração nazista. Dar própria vida em troca da vida de um estranho é, verdadeiramente, um grande ato de amor. Os grandes santos são capazes disso. Mas, não devemos vê-los como heróis e sim como pessoas de Deus.

Existem outras formas de dar a vida. Grande parte das mães e dos pais, dão as vidas, aos poucos, no cuidado com a família. Agem em silencio e se envelhecem numa constante doação aos filhos.

Doar a própria vida é a maior lição que podemos tirar da Cruz de Cristo. Ele se ofereceu ao pai, totalmente, como vítima propiciatória, pelos nossos pecados. Com  seu sangue “pagou nossas dívidas”.  Deus nos amou primeiro. Por isso, devemos viver no amor. Viver no amor é oferecer a própria vida pelo bem do outro. Pense nisso!

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay