Hoje estarás comigo no paraiso…
Senhor perdoa-me. Perdoa-me, pelas vezes que cheguei a pensar que não merecia o seu perdão e me escondi feito Adão, após a queda no par...
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Senhor perdoa-me. Perdoa-me, pelas vezes que cheguei a pensar que não merecia o seu perdão e me escondi feito Adão, após a queda no paraíso. Hoje, venho professar minha confiança em sua misericórdia. Se o “bom ladrão” conseguiu a salvação no último minuto da vida, eu também vou ter chances… Naquele instante, o Senhor também morria. Apesar disso, encontrou forças para perdoar e salvar. Meu Senhor perdoa-me, também. O bom ladrão tinha motivos para maldizer a sorte e até mesmo falar mal Senhor. Mas, eu não. Tantas vezes fui beneficiado por seu amor e ainda assim sou ingrato. Perdoa-me, Senhor!
Com essa breve oração começo minha reflexão sobre a segunda palavra de Jesus na cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Às vezes, sinto uma santa inveja desse ladrão que, conseguiu a salvação, no último instante da vida! Além disso, teve o privilégio de chegar ao céu junto com Jesus, o Filho amado do Pai Eterno. Tenho receio de levar uma vida toda e não obeter o que ele conseguiu. As dificuldades da vida, somadas às minhas fraquezas, podem fazer com que eu não adquira a santidade sonhada por Deus. Alguém já escreveu uma estória que servirá para expressar minha situação:
Havia um ferreiro muito religioso. Mas, quanto mais ele rezava mais as coisas pareciam piorar para ele. Alguém tentou convencê-lo à mudar de religião dizendo que estava no caminho errado. O ferreiro então disse: Você está vendo essa barra de ferro em brasa? Quero transformá-la num facão. Mas, antes devo aquecê-la e dar-lhe muitas marretadas para que adquira o tempero certo. Às vezes, devo mergulhá-la em água fria fazendo-a sofrer muito com esse choque térmico. Somente assim, ela será transformada numa bela ferramenta. Caso, não ceder aos meus golpes devo ignorá-la para sempre. Eu sou essa barra de ferro nas mãos de Deus. Ele pode fazer o que quiser comigo desde que me faça ser santo. Só peço a Deus que não desista de mim para sempre, pois não quero que ele me ignore.
Procurei dividir com você essa parábola para dizer que o sofrimento, às vezes, é necessário para minha purificação. Cristo sofreu por amor e não sou melhor do que Ele. Aliás, somente quando o sofrimento é vivido à luz do sofrimento de Cristo é que adquire valor de redenção. Peço a Deus que me ajude a enfrentar as provações e desafios quando elas vierem para mim. Não quero que os problemas da vida me afastem de Deus. Ele pode fazer de mim o que quiser desde que, não me negue sua graça. São Paulo, por causa da graça, enfrentou o “espinho na carne” (2Cor 12,9). Eu também tenho meus espinhos. Paciência! Deus há de me ajudar a enfrentar tudo. Quero ser cristão de verdade. Nesse caso, não tenho o direito de recusar as cruzes que a vida se encarrega de colocar em meu caminho. Sei que, além da cruz, o que me espera é a ressurreição e a eternidade. Isso me faz seguir em frente. Assim como o “bom ladrão”, um dia também ouvirei a voz de Cristo: hoje você vai entrar comigo no paraíso! Isso é tudo o que quero na vida…